Vigo - II (A História do Gelado)
Em Vigo, na zona das praias, é possível comer um bom gelado artesanal. Por isso lembrei-me de partilhar convosco a história dessa iguaria que é uma das minhas perdições.
Antes da era cristã, já os chineses e outros povos do leste asiático tomavam bebidas arrefecidas com neve.
Foi Marco Pólo que no século XIII, numa das suas viagens pela Ásia, trouxe esta iguaria para a Europa e a moda dos sumos de fruta com gelo ou neve alastrou em Veneza, assim como o esparguete também por ele trazido da China. A sua aceitação foi tão grande que depressa se espalhou por toda a Europa.
A Portugal chegou no século XVII (já naquela altura andávamos atrasados em relação à Europa) e também aqui se tornou muito popular, apesar de muito caro, sobretudo na capital, pois a neve vinha da Serra da Estrela e da Serra da Lousã, mais propriamente de Santo António da Neve onde ainda existem três poços onde se recolhia a neve (inicialmente eram sete poços). As pessoas que recolhiam a neve e a guardavam nos poços onde era pisada com maços até ficar gelo eram conhecidas como neveiras.
Foi Marco Pólo que no século XIII, numa das suas viagens pela Ásia, trouxe esta iguaria para a Europa e a moda dos sumos de fruta com gelo ou neve alastrou em Veneza, assim como o esparguete também por ele trazido da China. A sua aceitação foi tão grande que depressa se espalhou por toda a Europa.
A Portugal chegou no século XVII (já naquela altura andávamos atrasados em relação à Europa) e também aqui se tornou muito popular, apesar de muito caro, sobretudo na capital, pois a neve vinha da Serra da Estrela e da Serra da Lousã, mais propriamente de Santo António da Neve onde ainda existem três poços onde se recolhia a neve (inicialmente eram sete poços). As pessoas que recolhiam a neve e a guardavam nos poços onde era pisada com maços até ficar gelo eram conhecidas como neveiras.
Destes locais era transportada em carroças até à zona de Constância (a viagem durava vários dias), de onde era enviada de barco para Lisboa, embrulhada em palha, urze e serapilheira. Uma vez na capital, e para que conservasse mais tempo, era armazenada em poços especiais para o efeito, no Castelo de São Jorge.
Em Lisboa os gelados eram, sobretudo, consumidos na corte, embora fosse também possível encontrá-los no Martinho e noutros cafés da altura.
Eis algumas quadras populares alusivas ao tema:
Em jorna de fraca monta
Em labor lançado a esmo
Pouco mais daria a conta
Duma broa com torresmo.
Houve vezes p’ró NEVÃO
No alto da serrania
P’ra manter o ganha-pão
Promessas de romaria
Desse tempo nos ficou
Santo António na capela
Três poços — eis quanto restou
Desta história tão singela
Em labor lançado a esmo
Pouco mais daria a conta
Duma broa com torresmo.
Houve vezes p’ró NEVÃO
No alto da serrania
P’ra manter o ganha-pão
Promessas de romaria
Desse tempo nos ficou
Santo António na capela
Três poços — eis quanto restou
Desta história tão singela
Do Inverno ao tempo quente
Pouco havia de interim
E servida a Régia Gente
Ia neve ao Botequim
Era no Terreiro do Paço
Que o Povo de Lisboa
Comprava sem embaraço
Do Coentral neve boa!
10 comentários:
é a primeira vez que por aqui passo. Gostei muito e voltarei mais vezes.
bjs
Cara Alfazema: Bem vinda a este espaço e obrigado pelo comentário.
As histórias de teu blogue deixam-me encantado.
Blugaridades:Obrigado pela visita que espero seja a primeira de muitas.
Obrigado pela visita.E quanto às "histórias e sabores", fico cliente:-)
Fraterno abraço.
Caro Cuco:
Obrigao pela visita.
Também eu fiquei "freguês" do seu.
Um abraço.
Tozé,
Esta história deu água na boca.
Muito legal as informações.
Um abraço,
Pedro
Caro Citadinokane:
Obrigado pela participação. Os gelados são um dos meus pontos frscos.
Muito interessante a historia do gelado,Toze. Incrivel como conseguiam manter a neve sem de derreter da Serra da Lousa ate Lisboa!!!
Mais fácil, seria levar a neve para a cidade aí! Pelo menos no Inverno.
Um abraço para todos.
É, de facto, uma curiosidademuito interessante, esta do transporte de neve. A ver se um dia vou ver a reconstituição.
Bj e obrigada.
Enviar um comentário