quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Qualificação profissional

Novo curso de equivalência ao 9º Ano

Afinal sempre vamos conseguir acabar com o analfabetismo e melhorar a qualificação profissional dos portugueses.
E a solução é:
Curso de equivalência ao 9º Ano de Escolaridade como "Jogador(a) de Futebol".
Qual Matemáticas qual quê? Ciências e Línguas?!?
Bora lá mas é mandar uns bicos na bola, que a seguir é completar a equivalência ao 12º Ano como degustador de cerveja.

NOTA:
"1:4:3:3 (com triangulo no meio campo)
"1. Acções técnicas e tácticas, e desenvolvimento físico"

Estas duas pérolas foram retiradas do documento oficial do IEFP. Resta-me saber qual o motivo que leva a que triângulo esteja sem acento e qual a justificação para a vírgula antes do e.

Ou será que é por o curso ser de nível 2?

Quer conferir? A prova está aqui.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Para variar um pouco...

A vida não é/está fácil.

Às vezes, quando vejo a indiferança com que muitos alunos encaram os estudos, a indifereança com que encaram os maus resultados, a facilidade com que se desculpam (e os desculpam) das asneiras que fazem e a legislação que vai saindo (veja-se o novo Estatuto do aluno), lembro-me dos princípios, com que Bill Gates brindou os alunos de uma Universidade onde fora fazer uma palestra e penso como muitos deles estão longe de os cumprir.

Então aqui vão:

  • A vida não é fácil — acostuma-te com isso. O mundo não está preocupado com a tua auto-estima.

  • O mundo espera que tu faças alguma coisa de útil por ele, antes de te sentires bem contigo mesmo.

  • Não ganharás 20.000 € por mês assim que saíres da escola. Não serás vice-presidente de uma empresa com carro e telefone à disposição antes que teres conseguido comprar o teu próprio carro e telefone.

  • Se achas o teu professor um antipático, espera até teres um chefe. Ele não terá pena de ti.

  • Vender cartão ou trabalhar durante as férias não está abaixo da tua posição social. Os teus avós têm uma palavra diferente para definir isso: oportunidade.

  • Se fracassares, não é culpa dos teus pais. Assim sendo, não lamentes os teus erros, mas aprende com eles.

  • Antes de nasceres, os teus pais não eram tão críticos como agora. Eles só ficaram assim por terem de pagar as tuas contas, lavar as tuas roupas e ouvir-te dizer que eles são “cotas”. Então, antes de salvares o planeta para a próxima geração querendo remediar os erros da geração dos teus pais, tenta arrumar primeiro o teu próprio quarto.

  • A tua escola pode ter eliminado a distinção entre bons e maus alunos, mas olha que a vida não é assim. Em algumas escolas não chumbas e dão-te todas as hipóteses que precisas até acertares. Isto não se parece nada com a vida real, pois nesta, se pisares o risco, estás despedido.

  • A vida não está dividida em 3 períodos. Não terás sempre os Verões livres e é pouco provável que outros empregados te ajudem a cumprir as tuas tarefas no fim de cada dia de trabalho.

  • A Televisão não é vida real. Na vida real, as pessoas têm que deixar o bar ou a discoteca e ir trabalhar.

  • Presta atenção àqueles que consideras uns "palermas". Existem grandes probabilidades de vires a trabalhar para um deles.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Rua Ferreira Borges

Rua Ferreira Borges em época de festa (Rainha Santa?)

Vista do mesmo sítio, 60 ou 70 anos depois.

Na actualidade (foto tirada num local um pouco à frente dos anteriores).


Edíficio da actual Coimbra Editora (visível à esquerda na foto anterior)
Trolei a passar na rua Ferreira Borges (Foto datada de 1979).


Foto tirada junto à Coimbra Editora (virado para rua Visconde da Luz)


A Brasileira (foto já com a Ferreira Borges fechada ao trânsito automóvel)


A Brasileira transformada em Pronto a Vestir


O Café Santa Cruz, antigo Igreja de São João Baptista de Santa Cruz (Praça 8 de Maio)
O Café Santa Cruz (interior)

As fotografias de hoje têm a particularidade de nos mostrarem uma das principaias artérias comerciais da cidade, a Rua Ferriera Borges, pelo menos enquanto houver comércio aberto, pois existe o perigo real da Baixa fechar para balanço.
Alguns dos espaços emblemáticos dessa Baixa já passaram à História. Veja-se o caso da Brasileira, do Arcádia, da Central (a baixa mais recente), a Barbearia Universal.Longe vão os tempos das rivalidades entre o Café Santa Cruz frequentado pelos unionistas (os futricas) e o Arcádia frequentado pelos academistas.
Hoje a rua está transformada num espaço pedonal que, ao contrário de outras cidades, atrai cada vez menos pessoas, ficando deserta com o aproximar da noite.Valha-nos o Café Santa Cruz (já na Praça 8 de Maio) que se tem vindo a tornar num pólo cultural (música, pintura, conferências) que ainda vai dando alguma alma à Baixa.


NOTA: José Ferreira Borges nasceu no Porto a 8 de Junho de 1786, vindo a falecer, na mesma cidade, em 14 de Novembro de 1838.

Formado em Cânones (Direito) pela Universidade de Coimbra, foi jurisconsulto, economista e político.


Exerceu as funções de secretário da Companhia dos Vinhos do Alto Douro, pertenceu à Junta Provisional do Governo Supremo do Reino de 1820, foi advogado na cidade do Porto e deputado às Cortes Constituintes de 1821.
Foi o principal autor do primeiro Código Comercial Português, o Código Comercial Português de 1833, que ficou justamente conhecido pelo Código Ferreira Borges, que teve uma vigência de 60 anos.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Desafio

Esta imagem mostra-nos a Feira dos 23, que actualmente se continua a realizar na Bencanta, em terreno próprio, nos tempos em que tinha lugar junto ao rio Mondego (Basófias), no local onde hoje está o Estadio Universitário.
Ora aqui está uma imagem curiosa da Coimbra dos anos 40 do século XX.

O desafio que vos coloco é o seguinte:
  • Onde se passa o acontecimento aqui retratado? Ou por outras palavras, que local é este?
  • Que acontecimento é esse?

Algumas pistas: Estamos na década de 40 do século passado e bem perto do Basófias.

Nota: Não liguem à data presente na fotografia, pois acho que a máquina fotográfica entrou em autogestão.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Portugal dos Pequenitos.

Um dos locais mais visitados de Coimbra é, sem sombras de dúvida, o Portugal dos Pequenitos.

Este espaço foi inaugurado em 8 de Junho de 1940, depois de ter sido pensado pelo Professor Bissaya Barreto e projectado pelo arquitecto Cassiano Branco.
A primeira parte da construção, foi feita entre 1938 e 1940 e é constituída pelo conjunto de casas regionais portuguesas. Solares de Trás-os-Montes e Minho, casas típicas de cada região com pomares, hortas e jardins, capelas, azenhas e pelourinhos. A este núcleo, pertence também o conjunto de Coimbra, espaço onde se encontram representados os monumentos mais importantes da cidade.
A segunda fase integra a “área monumental”, espaço ilustrativo dos monumentos nacionais de Norte a Sul do País. De realçar a cópia da janela do Convento de Cristo em Tomar, obra em cantaria da autoria de Valentim de Azevedo.
Terminada em finais dos anos 50, a terceira fase engloba a representação etnográfica e monumental dos países africanos de língua oficial portuguesa, e ainda do Brasil, de Macau, da«os territórios da Índia e de Timor, rodeados por vegetação própria destas regiões. Esta fase integra também monumentos das regiões autónomas da Madeira e dos Açores.
No local onde, actualmente, existe este espaço, existia antes uma Praça de Touros, denominada Coliseu de Coimbra, obra datada de 1925. Nela se realizavam corridas de touros (era a maior praça do país), espectáculos musicais e sessões de cinema.
A última corrida de touros teve lugar a 17 de Julho de 1934, porque, no ano seguinte, a 4 de Abril, um fogo destruiu-a totalmente (sobraram a cabina de projecção e o projector).
Foi nesse lugar que foi erguido, depois disso, o Portugal dos Pequenitos.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Observatório Astronómico

Páteo das Escolas e Observatório Astronómico ao fundo.
Vista actual. A vegetação desapareceu. Ao fundo a estátua de D. João III.
Observatório já com a actual estátua de D. João III à sua frente. A vegetação já havia sido destruída. Seguir-se-ia o Observatório. Via Latina vista a partir do Obsservatório. Pode ver-se a Araucária ao centro.A mesma fotografia mas retocada a cores.
A Via Latina
A via Latina na actualidade
Em 1799 era inaugurado, no Pátio da Universidade de Coimbra, o agora chamado Páteo das Escolas, o Observatório Astronómico da Universidade de Coimbra, na sequência da reforma da Universidade levada a cabo, anos antes, pelo Marquês de Pombal.
Aí ficou durante cerca de 150 anos, até que a fúria destruidora de Salazar, lhe colocou um fim na década de 40, aquando da destruição da Alta, para construir aí a cidade universitária, naquele que foi o crime do século para Coimbra.
Nessa década, o Observatório deixou de funcionar, tendo sido deitado abaixo em 1951, ano em que foi transferido para o Alto de Santa Clara, próximo da Mesura.
O Observatório ficava no topo Este do Pátio, virado para o Mondego, Pátio esse coberto por zonas ajardinadas tendo no centro uma Araucária.
Também este jardim foi destruído, para dar lugar a um descampado, que durante muitso anos funcionou como parque de estacionamento, por causa das cenas menos edificantes levadas a cabo pelos estudantes quando aí namoravam, segundo a perspectiva salazarista.
Hoje, a cidade começa a olhar para o Páteo das Escolas de outra forma, tendo-se tornado num magnífico espaço de espectáculos. Já aí vi José Carreras, a ópera "O Barbeiro de Sevilha", Ney Matogrosso num concerto acústico com músicas de Cartola, etc.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Arco do Castelo

O actual Largo de D. Dinis foi construído no início dos anos 60, do pretério século XX. A sua construção levou a que o Arco do Castelo (fotografias 1 e 2) fosse demolido. Esse arco situado ao cima da Ladeira do Castelo (actual calçada Martim de Freitas) era um dos vestígios que restavam da Coimbra Medieval e estava ligado ao Colégio de São Jerónimo, antigo Hospital da Universidade de Coimbra e actual Faculdade de Arquitectura.
O local onde o arco arrancava ainda é visível na parede do edifício (imagens 3, 4 e 5).
Do lado direito da primeira fotografia é visível a portaria do antigo hospital, bem como o topo das escadas do Liceu, actuais escadas Monumentais.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Já vamos a Santos (parte 2)

Pintura de Maria Clarice Sarraf representando o Milagre das Rosas, tradicionalmente atribuído à Rainha Santa Isabel

"A retirada dos nomes dos santos de centenas de escolas (e quem sabe se também, depois, de instituições, cidades e localidades) é um acto ridículo de fundamentalismo intolerante", assim escreveu António Barreto, na sua coluna dominical, no jornal O Público do dia 6 de Janeiro de 2008.
Mais palavras para quê? Afinal não vale a pena procurarmos o fundamentalismo no Próximo Oriente, porque o temos à porta de casa.
Como no caso do Lisboa Dakar, haverá alguma ameaça desconhecida que tenha obrigado quem nos governa a tomar esta medida?
Se o ridículo pagasse imposto, dá-me ideia que algumas pessoas teriam o corpo coberto de carimbadelas.
Já agora, e partindo do princípio que esteve na base da decisão referida, já pensaram no que aconteceria a muitas das personagens da nossa História? Seriam, pura e simplesmente, erradicadas dos manuais e da História Portuguesa. Deixaríamos de ter Conquistadores e Venturosos....
Haja bom senso! A História não pode, nem deve ser reescrita. A nossa identidade cultural não deve, nem pode, ser apagada por Decreto!
Desconfio de todos os que, em nome da construção de um homem novo, tomam medidas destas.
Eu quero continuar a ouvir falar na EB2/3 Rainha Santa, porque ela faz parte da História da minha cidade, quero continuar a ler os textos do Padre António Veira sem estar com a sensação que estou a cometer um crime, a comer bolas de Berlim na praia, sem ter alguém a chatear-me, dizendo que o faz por causa do meu bem-estar, poder fazer grelhados com carvão e mexer a comida com colheres de pau, sem interferência de ninguem.
O conceito de Big Brother está, afinal, muito mais próximo do que eu queria crer. Infelizmente.
O que me entristece ainda mais é que acho que se uma escola se chamasse Fidel de Castro (um exemplo de democrata) ou Hugo Chavez (outro democrata de 1.ª gema) não haveria problemas. Agora Santo António, esse perigoso doutor da Igreja, ou Rainha Santa, essa senhora que contrariando as regras básicas de higiene, distribuía pão sem luvas calçadas, depois de o ter transportado no regaço, é que não!...
Feitios...

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Já vamos a Santos...

Fernando de Bulhões (Santo António para os amigos) pregando aos peixes
Pensei voltar, hoje, às fotos de Coimbra antiga.
Mas...há sempre um mas...
Então não é que hoje é notícia o facto do governo ter emitido uma recomendação (ou será uma ordem?) às escolas para que deixem de ter nome de Santo ou qualquer referência religiosa na sua denominação.
Mais uma vez o argumento é o habitual, isto é, não ofender os não cristãos e, em alguns casos, também os não católicos. Lá vem a pretensa laicidade do Estado quando, afinal, me parece ser muito mais do que isso.
Ao abrigo destas novas correntes pretende-se, segundo o meu ponto de vista, apagar qualquer vestígio religioso do nosso dia a dia, reescrevendo a História, apagando dela personagens de inegável valor histórico e parte da nossa identidade.
Onde é que eu já vi isto? Não foi Afonso Costa que pretendia acabar com a religião em 2 gerações e depois foi o que se viu....
Mas já que a moda é esta, e como acho que as leis são para cumprir, proponho que se vá mais longe...
Por exemplo nenhuma escola deve ter o nome de Pedro Álvares Cabral, pois a chegada ao Brasil significou o que todos sabemos para as populações ameríndias.
Infante D. Henrique? Nem pensar, então o homem subsidiava parte das viagens com a venda de escravos!...
Nomes de políticos? Nem pensar, pois nunca ninguém teve em Portugal 100% dos votos e, por isso, pode alguém ficar ofendido...
Já agora proponho que o 13 de Junho, feriado municipal de Lisboa, passe a ser o dia de Fernando Martim de Bulhões e Taveira Azevedo, pois assim não se irrita ninguém, porque a maioria das pessoas não faz ideia de que esse era o nome de baptismo (oh raio que lá vem outra vez a religião!) de Santo António.
Já estou a imaginar as noivas de Fernando de Bulhões. Já agora umas ameijoas à Bulhão (Bulhões) Pato iam mesmo a calhar na ementa paga pela Câmara, ou melhor dizendo, por nós....
Verdade se diga que o governo não tem medo dos conflitos, pois parece-me que isto vai dar uma grande sarrabulhada, uma vez que, tendo Portugal mais de 4 mil freguesias (4257 em 2004) e cerca de 35% com nome de Santo, já estou a imaginar a confusão que vai ser...
Vivendo eu na freguesia de S. Martinho do Bispo, proponho que a mesma se passe a chamar simplesmente freguesia de Martinho (do Bispo nem pensar!), personagem histórico que tinha a mania de partilhar a sua capa com os pobres, assim uma espécie de antecessor do Rendimento Social de Inserção.
Já agora continuaremos a ter como residência oficial do 1.º ministro, S. Bento, ou mudará de nome? E o Palácio de Belém? Teremos coragem de receber aí um Presidente de uma país com a população maioritariamente islâmica.
Para terminar, haja coragem de apagar do escudo português as 5 quinas, pois referem-se às 5 chagas de Cristo, não vá alguém sentir-se ofendido quando souber o que aquilo representa.
Com assuntos tão importantes para resolver, parece-me um desperdício de tempo tudo isto... a não ser que seja para desviar a atenção daquilo que é realmente importante.