quinta-feira, 30 de novembro de 2006

1º de Dezembro

Posted by Picasa
Celebra-se, no dia 1 de Dezembro, o 366º aniversário da Restauração da Independência Nacional, depois de 60 anos de domínio filipino.
A turma do 6ºB do Caic resolveu, na Área de Projecto, escrever uma peça de Teatro subordinada a esse tema, à qual deu o nome de "Viagem no tempo" e na qual duas cientistas vão viajar numa nave espacial até ao passado, onde assistem a alguns episódios ocorridos nessa época.
Assim partilho convosco um excerto em que a nave aterra em Évora, em 1637, podendo as duas viajantes (Escanifreda e Andrioleta) assistir ao Motim de Évora, que ficou conhecido para a História como a Revolta do Manuelinho.
A brincar, mas também com muitas partes mais sérias, lá para Março, teremos a estreia Mundial deste texto dramático, na sala de teatro do Caic. Até lá ainda temos muito para ensaiar.
Então, aqui fica a cena 4. Espero que se divirtam.

Cena 4
(Saem da máquina e encontram uma manifestação)
(Entra em Palco, uma manifestação de meia dúzia de pessoas, cantando – com a música da canção "A Fisga" - e aclamando o Manuelinho).
Todos: Trago o Manelinho às costinhas
Nesta manifestação anti-espanhola
Vivó Manelinho, abaix’os filipinos
C’os espanhóis dão-nos cabo da carola.
C’os espanhóis dão-nos cabo da carola
Conquistemos a nossa independência
Estamos pobres, até pedimos esmola
Portugal é a nossa residência.
Manuela: Viva o rei Manuelinho!
Todos: Viva! Viva!
Maria: Abaixo a tortilha, os calhos e as natilhas! Viva a omeleta, as tripas à moda do Porto e o leite-creme!...
Todos: Viva! Viva!Constantino: Abaixo os espanhóis! Viva os portugueses!Todos: Abaixo! Abaixo! Viva! Viva!
Jesuíno: (com pronúncia alentejana e bocejando) Já estou ficando cansado. Vamos é ver se encontramos um chaparro, pois está quasi na hora da sesta. Viva a sesta! Abaixo o trabalho! Viva o descanso! Se o trabalho dá saúde que trabalhem os doentes! …
Todos: Queremos um chaparro! Queremos descansar! Queremos um chaparro! Queremos descansar!
Jesuíno: (Toma a palavra e discursa): Portugueses em geral, alentejanos em particular!
Todos: Apoiado! Apoiado! Muito bem!
Jesuíno: Nesta época de crise... em que os espanhóis nos levam todo o dinheiro que temos, há que votar em mim, - ó raio que já me enganei -, há que apoiar o Manuelinho! Viva o Manuelinho!Todos: Viva! Viva!
Zé Próvinho: Alguém falou em vinho? Se o assunto é esse cá estou eu! Abaixo o vinho espanhol! Viva o vinho do Alentejo!
Todos: Viva! Viva!
Maria: Lá está este outra vez a falar no vinho!
Constantino: Irra que ele só pensa mesmo no vinho. Em vez da cabeça devia ter um barril em cima dos ombros e uma torneira em vez do nariz. Maldito vinho.
Jesuíno: O vinho agora não interessa para nada! O que interessa é o chaparro. Viva o chaparro!
Todos: Viva! Viva!
Manuela: Vamos é comer uns pezinhos de coentrada.
Maria: Com a entrada adondi ?
Manuela: Não é com a entrada. É de coentrada!
Maria: Entã nã foi isso quê disse? Com a entrada. Mas onde é que fica a entrada?
Constantino: Vossemecê deve estar ficando surda.
Maria: Curda? Então esses são os do Iraqui.
Constantino: Irra. Surda! Não é curda.
Maria: Entã vossemecês se explicam…
Manuela: Vamos é apoiar o Manuelinho e deixemo-nos destas conversas de treta.
Maria: Preta? Quem é qué preta?
Manuela: Treta, mulher, treta.Maria: Já ouvi. Eu sou surda. Escusa de estar aos berros quê já ouvi qué preta. Não sei o qué qué preta, mas já ouvi.
Constantino: Não há pachorra.
Maria: Onde é que está a cachorra. Ai que eu gosto nada de cães e muito menos de coas ou cãs. Ai quê nem sei como é que se diz.
Manuela: (aos gritos) Cadelas. O feminino de cães é cadelas!
Maria: Panelas? P’ra quê? Vamos comer? E se fosse uns pezinhos de coentrada.
Manuela: Ora voltámos ao princípio. Viva os pezinhos de coentrada.
Todos: Viva! Viva!
Manuelinho: Viva eu! Viva eu!
Todos: Apoiado! Apoiado! Viva ele, viva ele!
(Dirigem-se para fora do palco a bocejar e a cantar a música de entrada)
Escanifreda: Bem isto está tudo visto! Vamos embora, pois já estou cheia de sono! Acorda!
Andrioleta (Estava a dormir): O quê? Onde estou eu? O que se passa?
Escanifreda: Vamos embora! Vamos até à casa de D. Jorge de Melo.
Andrioleta: Quem é o D. Jorge de Melo?
Escanifreda: É um dos nobres que está a conspirar para expulsar os espanhóis de Portugal.
(Entram na máquina e muda a cena)

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Festival Solnec

Quinta das Lágrimas
Gala Solnec 27 de Novembro de 2006 (Quinta das Lágrimas
Festival Solnec 26 de Maio de 2006
Hoje resolvi postar sobre um assunto muito especial: o Festival Solnec.
No passado dia 26 de Maio, o NEC (Núcleo de Escolas Católicas) levou a cabo um festival que decorreu no Pavilhão Multiusos da cidade de Coimbra, a favor da Associação Acreditar que apoia crianças com doenças cancerígenas
Nesse festival que atraíu ao pavilhão cerca de 3000 pessoas, participou um grupo de 80 alunos do Caic, que assim deu o seu apoio à iniciativa em questão.
Hoje, dia 27 de Novembro, decorreu na Quinta das Lágrimas a Gala para a entrega simbólica do cheque resultante da 1ª iniciativa à Acreditar, cheque esse no valor de 10.000€.
A turma do 6ºB, da qual sou Director de Turma, foi representar o Caic, tendo apresentado a canção "Caixinha de Música" com que, no ano anterior, tinha concorrido ao Clube dos Talentos do Colégio.
Foi, sem dúvida, uma experiência única e enriquecedora, pois além de participar numa iniciativa louvável, também não é todos os dias que se aparece em directo na televisão (programa Portugal em Directo), a cantar sem rede, isto é, ao vivo, em directo para todo o país e para o mundo inteiro através da RTPI.
O 6ºB está de parabéns pela participação elogiada por todos os que a ela assistiram, quer ao vivo, quer através da RTP1.

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Vila Real de Santo António



Antes de deixar o Algarve, deixo-vos a proposta de uma saltada a Vila Ral de Santo António. Por vontade de Sebastião José de Carvalho e Melo - o Marquês de Pombal - Vila Real de Santo António nasceu no ano de 1774, no século XVIII. O seu centro histórico distingue-se pelas ruas geometricamente perpendiculares e devidamente ordenadas que compõem o núcleo arquitectónico, donde ressalta à vista a antiga praça real - hoje Praça Marquês de Pombal - com o piso radiado, branco e preto e o Obelisco dedicado ao Rei D. José.
No Verão é possível comer um bom Dom Rodrigo numa das pastelarias que aí têm esplanada montada.
Destaca-se, ainda, no centro urbano, a sua igreja construída no século XVIII, da qual hoje pouco resta, pois a maior parte do que é hoje visível data do século XX.

Agora para os mais aventureiros aqui fica a receita do Dom Rodrigo.

Ingredientes:
350 gr. de fios de ovos
550 gr. de açucar
75 gr. de amêndoas, picadas
6 gemas de ovos
canela em pó
1 copo de água

Confecção:
Leve ao lume num tacho 300g de açucar coberto com água e deixe ferver, em lume brando, até obter uma calda em ponto de bola. Tire do lume, junte as amêndoas e deixe arrefecer um pouco. Junte as gemas de ovos e leve ao lume até que engrosse e deite um pouco de canela para aromatizar. Com o resto do açucar e um pouco de água prepare uma calda em ponto de fio. Numa frigideira deite uma colher de sopa esta calda e assim que começar a ferver junte 1/10 da porção de fios de ovos; sobre estes coloque 1/10 da porção anterior e enrole os fios de ovos, completamente, em volta deste preparado. Deixe alourar e repita a operação até esgotar os ingredientes.Corte uns quadrados de folha de aluminio com cerca de 12cm de lado e coloque no seu interior um dos doces, em seguida junte as pontas e torça.
Jám agora, bom apetite.

terça-feira, 21 de novembro de 2006

Cacela Velha




Hoje, proponho-vos uma visita ao Algarve. Não à Quinta do Lago, ou à Praia do Ancão, muito menos provar um petisco no Gigi, até porque não quero dar cabo do vosso orçamento familiar. Além disso não vá acontecer que saiamos em alguma revista cor-de-rosa. Abernúncia.
A proposta que vos faço é Cacela Velha, pequena localidade situada junto a Cacela, a cerca de 12 Km de Vila Real de Santo António. A época do ano é boa, pois podemos disfrutar de um Algarve sem confusão, sem grandes filas de carros, mesmo na Nacional 125.
Pois bem, Cacela Velha é uma pequena localidade situada no início da Ria Formosa, lado este, com um interessante Forte e uma bela Igreja. Mas para além destes monumentos, também o casario da localidade merece uma visita atenta.
Quando a barriga estiver a dar horas a sugestão é fazer mais 2 Km e ir até uma localidade chamada Fábrica (ele há cada nome) onde, junto ao mar, fica um restaurante que dá pelo nome de Costa. Aí come-se divinalmente. Aconselho o Arroz de Lingueirão (navalheiras na minha zona), as Enguias Fritas e o Fidalgo, de comer e chorar por mais.
Como se diz que os olhos também comem, é favor ver as fotografias.
Já agora antes que me falem do pecado da Gula, gostaria de acrescentar que se a Gula é um pecado mortal, a fome não o é menos....
Um abraço.

sábado, 18 de novembro de 2006

Quinta da Regaleira

A Torre da Regaleira
Foi construída para dar a quem a sobe a ilusão de se encontrar no eixo do mundo.

O Palácio

Edifício principal da quinta, marcado pela presença de uma torre octogonal, é o resultado da concretização dos sonhos mítico-mágicos do seu proprietário, António Augusto Carvalho Monteiro (1848-1920), aliados ao talento do arquitecto-cenógrafo italiano Luigi Manini (1848-1936).
Talvez por ser obra deste arquitecto as semelhanças com o Hotel do Bussaco.
Toda a exuberante decoração, esteve a cargo do escultor José da Fonseca.

Capela da Santíssima Trindade
Uma magnífica fachada que aposta no revivalismo gótico e manuelino.

quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Quinta da Regaleira - O Bosque



O bosque ou mata que ocupa a maioria do espaço da Quinta da Regaleira não está disposto ao acaso. Começando de maneira mais ordenada e cuidada na parte mais baixa da quinta, vai ficando, progressivamente, mais selvagem até chegar ao topo.
Este disposição reflecte a crença no primitivismo de Carvalho Monteiro, o famoso Monteiro dos Milhões.
Eis mais um bom motivo para visitar a Regaleira (Ao contrário do que possam pensar, não recebo qualquer verba da Câmara Municipal de Sintra para publicitar o local!) e, porque não, comer um Travesseiro da Piriquita.

segunda-feira, 13 de novembro de 2006

O Milagre das Rosas

O meu ilustre colega Carlos Moura, pessoa que muito prezo, tem vindo a escrever no seu blogue (http://clubedearqueologia.blogspot.com/) uns posts sobre um dos mais emblemáticos monumentos de Coimbra, o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, obra arquitectónica de um gótico belíssimo e que é, simultaneamente, um dos edifícios históricos mais desconhecidos da população de Coimbra. A propósito disso, falou também do Milagre das Rosas atribuído à nossa Rainha Santa Isabel, facto pelo qual muitos julgam que foi elevadas aos altares.
Penso, no entanto, que os principais motivos da sua santidade se devem ao amor que nutria pelos pobres e à luta que travou para pôr fim as guerras que marcaram os reinados do seu marido (D. Dinis) e do seu filho (D. Afonso IV). Deveria, por isso, ser reconhecida com Rainha da Paz.
De facto, o milagre original (das rosas) deve ser atribuído a uma sua tia-avó, Isabel da Hungria (imagem da direita). Esta Isabel, que foi rainha regente da Hungria, também se celebrizou pelo seu amor aos pobres, tendo sido acusada de má gestão e afastada do poder.
Viveu três anos em total pobreza, até que lhe quiseram restituir o poder, o que ela recusou pois apreciou viver na miséria, seguindo o exemplo de uma Ordem Religiosa nascente, a Franciscana. Não nos podemos esquecer que, nesse tempo, era grande a admiração por S. Francisco de Assis com que ela, aliás, se correspondeu. Morreu em 1231, tendo sido canonizada 4 anos depois.
Quando a sua sobrinha-neta nasceu em 1270, era grande o fervor franciscano e o culto de sua tia, daí a escolha do nome. Herdou-lhe o nome e depois o dito Milagre das Rosas, que a pintora Maria Clarice Sarraf tão bem retratou no quadro da esquerda.
Depois de, por várias vezes, ter evitado situações de guerra eminente, acabou por falecer em Estremoz, no dia 4 de Julho de 1336, depois de evitar mais uma guerra entre Portugal e Castela. Logo aí começa a sua fama de Santa não sendo por isso de admirar que, em 1516, D. Manuel tenha solicitado ao Papa Leão X, autorização para se poder fazer o seu culto religioso em Coimbra. Foi canonizada pelo Papa Urbano VIII em 1625.
Curioso é que no já referido ano de 1516, tenha D. Manuel concedido a Coimbra a divisa (brasão) da cidade que conhecemos (a tal da princesa Cindazunda).
E para finalizar uma provocação: E se fosse mesmo a Rainha Santa Isabel, a figura central do Brasão da cidade de Coimbra?
A autora do quadro representando a Rainha Santa é Maria Clarice Sarraf.

Desafios

Fui "convidado" para participar neste desafio e não tive qualquer possibilidade de fuga. (Digo eu! Ainda pensei ir para o Brasil, mas desisti, pois tenho da ganhar a vida)
O desafio consta do seguinte: Cada bloguista participante tem de enunciar cinco manias suas, hábitos muito pessoais que os diferenciem do comum dos mortais. E além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher cinco outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogs aviso do "recrutamento". Ademais, cada participante deve reproduzir este "regulamento" no seu blog.
As minhas manias:
1- Mania da pontualidade;
2- Mania de não dar um passo maior do que a perna consegue alcançar;
3- Mania de não conseguir sair de casa sem tomar o banho matinal;
4- Mania que consegue arranjar todas as coisas que se avariam em casa (Nem sempre com bons resultados. Valha a intenção);
5-Mania de querer ter tudo sobre controlo.

Os meus convidados:
- Arqueólogo Moura sugere;
- Miccoli
- Pedro Nelito
- Populus Romanus
- Judeus em terras de Algodres

sábado, 11 de novembro de 2006

Um estória curiosa - O Brasão de Coimbra (continuação)


"Eis a prova do crime" .
Aqui está o Brasão da cidade de Coimbra que está colocado na parte de cima do edifício sede do município.
Como podemos observar a disposição do leão (simbolizando o rei Ataces) e do dragão (simbolizando o rei Hermenerico) estão invertidas relativamente à posição correcta.

Quando passarem pela Praça 8 de Maio (antigo Largo de Sansão), não deixem de dar uma espreitadela para verem este curioso pormenor, antes que, também aqui, a fúria de modernização chegue e este emblema seja substituído pela famosa circunferência interrompida, já aqui referida, que, segundo os seus "criadores", é uma forma estilizada de representação da serpente que, por vezes, aparece no lugar da dragão.
O meu caro amigo Jofre Alves, estudioso de Heráldica, colocou, nos comentários deste blogue, algo que contribui para o conhecimento da lenda deste Brasão:
"Como heraldista, gostei imenso deste artigo, pois muito se escreveu sobre este brasão e a génese da sua lenda é magnífica: Ataces, rei dos Alanos, rei suevo Hermenerico, princesa Cindazunda. A mais antiga representação heráldica conhecida e de 1270 (mais ou menos, pois estou a citar de cabeça), e representa uma donzela coroada e com um manto, tendo à volta um resplendor. Essa figuração foi mudando com frequência e nos séculos XIII / XIV apresentam a donzela coroada, ladeada por dois escudos com as quinas de Portugal, e por baixo uma cobra, uma taça e uma flor. A introdução do leão é tardia, talvez do século XVI. Há quem diga – mais lendas – que o brasão é uma alegoria à ninfa Monda, donde veio o nome do rio Mondego, a par da lendária donzela Colimena, filha do rei de Córdova, que encarcerada pelo bárbaro Monderigon, foi do triste cativeiro libertada por uma serpe e um leão."
Um abraço e seja sempre bem-vindo.

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

Uma estória curiosa


Com o computador quase pronto, estou a despedir-me da publicação Best off.... Entramos, portanto, nas três últimas republicações. Hoje resolvi voltar à questão do Brasão da minha cidade, Coimbra.
O Brasão da nossa cidade representa uma mulher jovem coroada, como que a sair de um cálice, tendo do lado direito um leão de ouro e do lado esquerdo um dragão verde (no original).
Quando se pergunta à maioria dos conimbricenses quem é a donzela representada, não anda longe dos 100% as repostas afirmando tratar-se da Rainha Santa Isabel, Padroeira da cidade de Coimbra. Tal, porém, não corresponde à verdade.
Segundo uma lenda contada por Frei Bernardo de Brito, o emblema da cidade teria a seguinte explicação:
O rei bárbaro dos Alanos, Ataces, que usava na bandeira um leão dourado, veio, com o seu exército, e destruiu a cidade de Conímbriga, governada por Hermenerico, rei dos Suevos, que tinha como emblema a serpente verde. Depois disso, resolveu construir uma nova cidade nas margens do Mondego, a actual Coimbra. Hermenerico decidiu vingar-se e veio dar luta a Ataces, mas foi novamente vencido e, para obter a paz, consentiu no casamento da sua filha, a Princesa Cindazunda, com o antigo inimigo, Ataces. A história acaba assim com um casamento feliz, tendo Ataces oferecido à cidade nascente o brasão que ainda hoje se mantém.
O Brasão apresenta então, no meio a Princesa Cindazunda, o cálice simboliza o casamento, o leão dourado, o rei Ataces e o dragão verde, o rei Hermenerico.

As actuais armas da Cidade de Coimbra estão definidas pela Portaria nº 6959, de 14 de Novembro de 1930, que diz textualmente:
"Tendo em vista o parecer da Secção Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses e atendendo ao que representou a Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Coimbra: manda o Governo da República Portuguesa, pelo Ministro do Interior, que a constituição heráldica das armas daquele município seja a seguinte: "De vermelho com uma taça de ouro realçada de púrpura, acompanhada de uma serpe alada e um leão batalhantes, ambos de ouro e lampassados de púrpura. Em chefe um busto de mulher, coroada de ouro, vestida de púrpura e com manto de prata, acompanhada por dois escudetes antigos das quinas. Colar da Torre e Espada. Bandeira com um metro quadrado, quarteada de amarelo e de púrpura. Listel branco com letras pretas. Lança e haste de ouro."

Duas curiosidades à laia de conclusão
1ª- Na fachada da Câmara Municipal de Coimbra é possível ver o brasão com a particularidade de este se encontrar invertido, o leão à esquerda e o dragão à direita. Talvez seja por ter sido esculpido em Lisboa.
2ª - Com um brasão tão bonito, para quê gastar tanto dinheiro para arranjar outro símbolo, para determinados serviços camarários, que, como sabemos, depois de estudos apurados e de muito dinheiro dos contribuintes gasto, resultou numa circunferência cortada, que hoje se vê por aí nos autocarros dos serviços municipalizados e em tudo o que é documento camarário.
Haja paciência que, pelos vistos, dinheiro não falta.

A imagem com o brasão foi retirada do site:

sábado, 4 de novembro de 2006

Quem escreveu "Os Lusíadas"?

Quem escreveu "Os Lusíadas"?
Hoje, para variar, e como nunca mais chega o meu computador para poder voltar às minhas história e sabores, resolvi postar aqui uma estória engraçada.

Então aqui vai:
Numa manhã, a professora pergunta ao aluno:
- Diz-me lá quem escreveu "Os Lusíadas"?
O aluno, a gaguejar, responde:
- Não sei, Sra. Professora, mas não fui eu.
E começa a chorar. A professora, furiosa, diz-lhe:
- Pois então, de tarde, quero falar com o teu pai.
Em conversa com o pai, a professora faz-lhe queixa:
- Não percebo o seu filho. Perguntei-lhe quem tinha escrito "Os Lusíadas" e ele respondeu-me que não sabia, que não tinha sido ele...
Diz o pai:
- Bem, ele não costuma ser mentiroso, se diz que não foi ele, é porque não foi. Já pelo irmão não punha as mãos no fogo...
Irritada com tanta ignorância, a professora resolve ir para casa e, na passagem pelo posto local da Guarda Nacional Republicana (GNR), diz-lhe o comandante:
- Parece que o dia não lhe correu muito bem...
- Pois não! Imagine que perguntei a um aluno quem escreveu "Os Lusíadas" e ele respondeu-me que não sabia, que não tinha sido ele e começou a chorar.
O comandante do posto:
- Não se preocupe. Chamamos cá o miúdo, damos-lhe um "apertão", e vai ver que ele confessa tudo!
Com os cabelos em pé, a professora dirigiu-se para casa onde encontrou o marido sentado no sofá, a ler o jornal. Pergunta-lhe este:
- Então o dia correu bem?- Ora, deixa-me cá. Hoje perguntei a um aluno quem escreveu "Os Lusíadas". Começou a gaguejar, que não sabia, que não tinha sido ele, e pôs-se a chorar. O pai diz-me que ele não costuma ser mentiroso. O comandante da G.N.R. quer chamá-lo e obrigá-lo a confessar. Que hei-de fazer a isto?
O marido, confortando-a:
- Olha, esquece. Janta, dorme e amanhã tudo se resolve. Vais ver que se calhar foste tu e já não te lembras...!

quarta-feira, 1 de novembro de 2006

Estórias curiosas - Os Jaquinzinhos

Jaquinzinhos fritos
Sesimbra

Todos nós já comemos caparaus pequeninos cozinhados das mais variadas maneiras. Os jaquinzinhos, nome pelo qual são conhecidos, são excelentes fritos, alimados ou de muitas outras formas.

Mas, porque carga de água se dá o nome de jaquinzinhos aos carapaus pequeninos?

Segundo parece a origem do nome está em Sesimbra, terra de pescadores. Certo dia regressava um pescador da faina quando lhe perguntaram o que tinha pescado. Ele respondeu afirmando que tinha apanhado apenas uns pelinzinhos (nome dado, em Sesimbra, aos carapaus jovens) tão pequeninos como o Ti Jaquinzinho (artesão naval muito conhecido em Sesimbra, entre outras coisas, por ser muito pequenino).
Tendo tido conhecimento da estória, a fadista Hermínia da Silva introduziu, na ementa da sua casa de fados em Lisboa, a designação de Jaquinzinhos que, pouco a pouco, foi sendo adoptada por outros restaurantes de Lisboa e depois pelo resto do país.

Aqui fica a receita de carapaus alimados ou jaquinzinhos alimados para os mais gulosos:

500 gr carapaus; 1 cebola média; dentes de alho q.b.; um ramo de salsa; azeite; vinagre e sal q.b..

Começa-se por amanhar o peixe tirando-lhe a cabeça e as tripas. De seguida, lavam-se bem e colocam-se em camadas intercaladas com sal, ficando assim cerca de 24 horas.
Passado este tempo, cozem-se (colocam-se apenas quando a água estiver a ferver) e depois passam-se por água fria para tirar restos de pele e espinhas.
Colocam-se então numa travessa, temperando-os com azeite, vinagre, colocando, por cima, as cabeças de alho cortadas, a cebola cortada e a salsa.
Este prato pode servir-se quente ou frio.
O acompanhamento deixo-o à vossa imaginação.

Façam o favor de experimentar e dizer alguma coisa.
Já agora, Sesimbra é um bom pretexto para uma escapadela.
Recomenda-se, para comer, peixe de todas as formas e feitios.
Bom apetite.