A escolha recaiu no Castelo de Sintra, também conhecido como Castelo dos Mouros que foi erguido sobre um maciço rochoso, num dos cumes da serra de Sintra. Das suas muralhas alcança-se uma vista privilegiada de toda o meio rural que o envolve e se estende até ao oceano Atlântico.
O Castelo dos Mouros e a cisterna encontram-se classificados como Monumento Nacional por Decreto publicado em 23 de Junho de 1910.
O castelo apresenta ema planta orgânica (adaptada ao terreno) com cerca de 450 metros de perímetro e 12.000 m² de área.
A muralha apresenta cinco torres: quatro de planta rectangular e uma de planta circular encimadas por merlões piramidais, não havendo já vestígios dos dois pisos e do sistema de cobertura primitivos.
A torre na cota mais elevada do terreno, conhecida também por Torre Real, é acedida através de uma escadaria de 500 degraus e consta que lá terá vivido Bernardim Ribeiro, escritor português do século XVI.
No interior do castelo, próximo ao Portão de Armas, ergue-se uma igreja devotada a São Pedro (São Pedro de Penaferrim), que remonta à época de D. Afonso Henriques.
O caminho até ao Castelo é outra das atracções de Sintra pois todo ele é de cortar a respiração, tal a beleza das paisagens.
Relacionada com a conquista do Castelo, em 1147 (ano da conquista de Santarém e Lisboa) está a lenda de Melides, que reza assim:
“Após a conquista de Santarém, o rei D. Afonso Henriques impôs um cerco a Lisboa, com a ajuda de cruzados do Norte da Europa que por aqui passavam a caminho da Terra Santa, cerco esse que se estendeu por três meses. Embora o Castelo de Sintra se tenha entregue voluntariamente após a queda de Lisboa, reza a lenda que, nessa ocasião, receoso de um ataque de surpresa às suas forças, por parte dos mouros de Sintra, o soberano encarregou D. Gil, um cavaleiro templário, que formasse um grupo com vinte homens da mais estrita confiança, para secretamente ali irem observar o movimento inimigo, prevenindo-se ao mesmo tempo de um deslocamento dos mouros de Lisboa, via Cascais até Sintra.
Os cruzados colocaram-se a caminho em segredo. Para evitar serem avistados, viajaram de noite, ocultando-se de dia, pelo caminho de Torres Vedras até Santa Cruz, pela costa até Colares, tentando evitar Albernoz, um temido chefe mouro de Colares, terra de bons vinhos que ele, muçulmano, por motivos religiosos não podia beber.
Entre Colares e o Penedo, Nossa Senhora apareceu aos receosos cavaleiros e lhes disse: "Não tenhais medo porque ides vinte mas ides mil, mil ides porque ides vinte."
Desse modo, cheios de coragem porque a Senhora estava com eles, ao final de cinco dias de percurso confrontaram o inimigo, derrotando-o e conquistando o Castelo dos Mouros.
Em homenagem a este feito foi erguida a Capela de Nossa Senhora de Melides ("mil ides").