O Nome das Coisas - XVII (Caminha)
E eis-nos regressados a Portugal.
A nossa primeira paragem vai ser em Caminha, bonita localidade situada na foz do rio Minho.
Discute-se a origem do seu nome, havendo várias hipóteses: Caput Minii, que significa cabeça do Minho; Caminio, nome de um fidalgo galego; Cambinha que quer dizer praia pequena e Caminia ou Camina que significa grande floresta sombria.
Há, no entanto, uma lenda que ouvi há alguns anos, recolhida por Arlindo de Sousa, e que me parece assaz curiosa.
A nossa primeira paragem vai ser em Caminha, bonita localidade situada na foz do rio Minho.
Discute-se a origem do seu nome, havendo várias hipóteses: Caput Minii, que significa cabeça do Minho; Caminio, nome de um fidalgo galego; Cambinha que quer dizer praia pequena e Caminia ou Camina que significa grande floresta sombria.
Há, no entanto, uma lenda que ouvi há alguns anos, recolhida por Arlindo de Sousa, e que me parece assaz curiosa.
Conta essa lenda que, certo dia, andando Jesus Cristo e S. Pedro a passear pela zona da foz do Minho, avistaram, do cimo de um monte, a localidade junto à foz do referido rio. Pedro terá então perguntado a Cristo que terra era aquela, ao que este lhe terá respondido: “Caminha Pedro, caminha que aquela é uma terra de ladrões!”.
Daí o nome Caminha.
Não fiquem os actuais habitantes ofendidos pois são gente séria e trabalhadora mas, curiosamente, pode haver algo de verdadeiro nesta história, pois as terras de fronteira eram difíceis de povoar em épocas em que as guerras eram quase permanentes e Caminha juntava a tudo isto, o facto de ficar na foz de um rio, o que duplicava o perigo, pois os ataques de piratas eram uma constante.
Não é por isso de admirar que alguns Forais prometessem o perdão das penas a alguns homiziados, isto é, perseguidos pela justiça, levando muitos, para conseguir o perdão das penas, a ir viver para essas terras.
Teria sido este o caso de Caminha que recebeu Foral em 1284, passado por D. Dinis por necessitar de povoar tão estratégico local, levando a que, ainda em 1408, se escrevesse: "...para marinheiros, pescadores e outra gente marítima que anda foragida, destinou-se a vila de Caminha por estar muito despovoada e onde, por ser porto de mar, essa poder melhor que noutros lugares, granjear meios para viver".
Monsanto, Noudar e Castro Marim foram igualmente "coutos de homiziados", homens esses que tendo problemas com a justiça para aí iam viver, ocupando e defendendo essas terras, ganhando assim o dierito de viver em liberdade.
Teria sido este o caso de Caminha que recebeu Foral em 1284, passado por D. Dinis por necessitar de povoar tão estratégico local, levando a que, ainda em 1408, se escrevesse: "...para marinheiros, pescadores e outra gente marítima que anda foragida, destinou-se a vila de Caminha por estar muito despovoada e onde, por ser porto de mar, essa poder melhor que noutros lugares, granjear meios para viver".
Monsanto, Noudar e Castro Marim foram igualmente "coutos de homiziados", homens esses que tendo problemas com a justiça para aí iam viver, ocupando e defendendo essas terras, ganhando assim o dierito de viver em liberdade.
Foto retirada do site: http://portugal-hotels.com/com/index.php
2 comentários:
Pedro,
Esperemos que nenhum Caminhense o visite...
Carlos Ponte
Caro Carlos:
Acrescentei mais pormenores à estória do nome.
De qualquer maneira se há região onde gosto de ir essa é, sem sombra de dúvidas o Minho, por todos os motivos e mais alguns.
Vou ainda "estar" uns dias em Viana antes de ruma a sul.
Um abraço.
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