quinta-feira, 6 de julho de 2006

Uma história curiosa(mente) triste.

Tinha pensado um dia destes fazer um post sobre o túmulo de D. Afonso Henriques.
Tive que precipitar a sua publicação, por motivos que, mais uma vez, nos envergonham como país.
Desde algum tempo a esta parte, a investigadora Eugénia Cunha da Universidade de Coimbra, estava a desenvolver um trabalho em Santa Cruz que consistia no estudo das relíquias dos santos e que, neste mosteiro, conforme já vimos, são mais de 5000.
Andando a Igreja em obras, a investigadora ia apoveitar para estudar os restos mortais de D. Afonso Henriques e, provavelmenete, de sua esposa, D. Mafalda, que talvez também se encontre ali sepultada.
Conseguidas as autorizações necessárias da Diocese e da Direcção Regional do Ippar eis, senão quando, a notícia foi conhecida em Lisboa, no Ippar.
Alguém, cioso das prerrogativas, toca de mandar parar tal investigação, pois não havia autorização de Lisboa, a Ministra não sabia, etc, etc, etc.
Até se vai mandar instaurar um inquérito para saber quem foi o (ir)responsável que deu autorização, aqui em Coimbra.
Mal vai o nosso país quando um assunto destes tem de ser autorizado pela Ministra; quando, na época do Choque Tecnológico, não houve um simples telefone para contactar com as "autoridades máximas" que estão em Lisboa, ou será que houve e ninguém ligou; quando continuamos a ser tratados, na "província", como incapazes de decidir algo, sem a autotrização de Lisboa; quando, por vezes, ao fim de meses sem responder a um simples ofício, alguém se lembra que tem poder e, só então, o exerce, prometendo sempre explicações para mais tarde.
Estavam com medo de quê? Que alguém levasse ossos para casa? Que estragassem o túmulo?
Já não se lembram de todo o património que está a cair sem que ninguém faça algo? O Estado não faz por incúria ou falta de meios, os privados, ou a Igreja, neste caso, nada podem fazer sem uma série de autorizações dos primeiros. Faz-me lembrar aquele ditado "Nem comem, nem deixam comer"
Realmente, num país com estas mentalidades, não há Choque Tecnológico que resista, nem Simplex que não passe de propaganda.
Espero, porque ainda quero acreditar neste país, que haja uma justificação suficientemente forte e válida para explicar este imbróglio, sob pena de cairmos no ridículo.
Haja paciência.

8 comentários:

Anónimo disse...

Estou a gostar muito do teu Blog.
Acabei de ler este artigo e estou de acordo contigo. Nao tem cabimento a atitude dos "senhores" la de cima.
O que me deixou com agua na boca foi aquela francesinha!!! Vou experimentar.

Anónimo disse...

A pessoa "anonima" e a Lila.

ManuelNeves disse...

Caramba TóZé! (desculpe o tratamento), este texto vem mesmo a propósito. Mas que se passa?! Que Portugal é este?! Para onde caminhamos?! Só tecnologia?! E matemática?! Ah, é verdade, e mais tecnologia?! Sem esquecer o Inglês! Eh pá, tudo isto é importante, pois é! E é mesmo! Mas bolas! E o resto, não importa?! O resto, sim! O passado, o presente, o futuro... Sim, o futuro! Eu não me contento só com um tecnofilho, quero um filho completo! Que aprenda tecnologias de ponta ou sem ponta, mais o Inglês e também o Espanhol, mas que saiba que povo somos, de onde vimos, onde fica a Serra da Estrela, o que é uma ditadura e também democracia.Está bem. Que fale muitas línguas, mas principalmente que fale bem Português, que ouça os poetas portugueses, na voz dos poucos trovadores portugueses... eu faço a minha parte, peço gentilmente ao Estado que faça o restante.

Perdoe-me este espaço ue lhe roubei.
Endereço-lhe um Abraço

ManuelNeves disse...

Perdão!
Este é só para lhe comunicar que tomei a liberdade de colocar uma ligação no meu pobre PopulusRomanus, para o seu Historias e Sabores.
Sempre que possa não deixo de visitar o seu Blog. Agora, com exames só em setembro (assim espero), sempre há mais um bocadinho de tempo livre, para "ajeitar" o meu pobre Blog.
Obrigado.

Tozé Franco disse...

Cara Lila.
Muito obrigado pela tua participação neste blogue.
Espero que seja a primeira de muitas.
Um abraço.
Diz qualquer coisa.

Moura disse...

O Manuel Neves tem um tecnofilho, que é membro do Clube de Arqueologia, o que lhe dá logo um estatuto diferente...tecnohistóricogastronómicofilho!
Neste caso concreto vê-se porque razão tem um filho que busca tanto saber ao mesmo tempo: um educotecnohistóricogastronómicoPAI!
É preciso rumar contra a maré caro Manuel Neves, nem que seja nos nossos humildes blogs!

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

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