Criatividade
Uma das conferências versou a criatividade e foi brilhantemente apresentada por um colega meu.
Vem isto a propósito da criatividade.
Vem isto a propósito da criatividade.
Não me considero um criativo, apesar de, por vezes, conseguir disfarçar. Mas, por mais criativo que fosse, não conseguia chegar aos calcanhares dos nossos representantes parlamentares que, num arrojo digno dos maiores génios humanos, conciliaram coisas inconciliáveis: conseguiram criar legislação estipulando a Escolaridade Obrigatória, ao mesmo tempo que não obriga os alunos a ir à Escola.
Melhor seria impossível.
Já estou a ver o filme: o aluno começa a faltar na 2.ª semana de aulas e, depois de o professor comunicar aos pais a ausência, quando decidir regressar, vai ter o direito de fazer uma ficha de recuperação ou prova de equvalência, nem que seja no final do ano lectivo, para ver se pode passar (peço desculpa, Transitar ou ficar Aprovado).
Claro que se não passar, já temos culpados: os professores. Aliás, isto faz-me lembrar a história da pescada que antes de ser já o era.
Qual Avaliação Contínua qual carapuça. Já estamos noutra dimensão: a Avaliação da Ausência. Por muito que se esforcem, e acreditem que alguns se esforçam muito, os alunos não conseguem chumbar, isto é, ficar retidos, peço desculpa.
Não digo que batemos no fundo, pois a capacidade de quem manda continua a ser capaz de nos surpreender e, por muito que julguemos que chegámos ao fundo, há sempre novos fundos para descobrir.
Em tempos demos novos mundos ao mundo, agora descobrimos fundos cada vez mais profundos.
Só vos posso dizer que me parece que estamos tramados.
Acho que vou emigrar para o Canadá. Pelo menos aí, os alunos, a partir dos 15 anos, trabalham aos fins de semana e nas férias e isso até conta para o currículo com que se candidatam à Universidade. Esta cultura do trabalho, e não da balda e da irresponsabilidade, ajuda a explicar a diferença de desenvolvimento dos dois países.
Aqui, neste canto à beira-mar plantado, continuamos a brincar às pedagogias, esquecendo que o mito do Bom Selvagem já deu o que tinha a dar.
O que vale é que já tenho quase a certeza que não me vou reformar, especialmente se vier a estar doente, pois, caso contrário, bem podia esperar sentado com o futuro que nos está reservado, se não houver alguém que ganhe juizo e ponha fim a esta mania do pedagogismo.
Deus nos valha, uma vez que já vimos que não podemos contar com aqueles que elegemos.
PS: aqui está uma maneira administrativa de acabar com o abandono escolar. Agora, mesmo não pondo os pés nas aulas, os alunos não abandonaram a escola.
Países da União Europeia aprendam connosco porque não vamos durar sempre. E com o caminho que levamos muito menos!
15 comentários:
Tozé, você está cada vez melhor, como um bom vinho! rsrs
Beijinhos.
Vim agradecer a visita ao meu blogue :) x
Se eu faltar a mais de duas aulas, sou excluida da avaliaçao continua, e tenho de fazer a cadeira por exame (o que para muitas cadeiras, é quase impossivel). Mesmo que eu queria justificar a falta a mais, a resposta do professor é a seguinte "Uma justificaçao pode justificar a falta mas nao jsutifica a ausencia de presença". E pronto, se eu partir uma perna ou for atropelada pelo proprio professor, temos pena. E isto na faculdade, ensino superior. Portanto, esta tudo a virar ao contrario.
Eu há dias ouvi esta cantigaa, mas o som estava tão fora da sintonia da frequência que não consegui perceber patavina.
Tenho a impressão que teremos que pensar seriamente se não será de requerer ao PR que obrigue o PM a pôr ordem neste Ministério da (Des)Educação. Sinceramente, não consigo perceber onde se quer chegar.
Um abraço
António Nunes
É Portugal...e é preciso dizer mais??? Já disseste tudo!
Força pa ti!
Bjtsssss
Infelizmente as coisas estão mesmo a andar de mal a pior!Não sei como é possivel tanta irracionalidade junta!
Beijocas grandes
O facilitismo "xoxialista" no seu melhor!!!
Um abraco.
Desculpe, eu não li o texto. Fiquei aqui paralisada a ver os slides e de repente não via mais nada.
abraços
LOL Nem mais!
Não tenho sorte nenhuma, agora que trabalho é que o (des)governo toma uma medida destas....
É Portugal no seu melhor e basta.
Ainda não percebi como se continuam a fazer leis tão irracionais.
Que nos interessa que as estatísticas digam que diminuíu o abandono escolar, se isso não corresponde à verdade?
Continuamos a brincar ao faz-de-conta...
Bom feriado.
Beijitos
Realmente isto não parece fazer sentido (uma das minhas irmãs é professora por isso tenho uma ideia de que não está nada fácil conseguir sê-lo)
Acho que estamos cada vez mais no fundo, e este poço parece que nnca mais acaba...
Às vezes dou por mim a pensar: o que é que eles irão inventar a seguir??....
Fica bem
Tozé,
Sempre há uma luz.. sempre.
Beijinho
Amigo e colega, eu também acho que estamos a bater no fundo e não só na área da Educação.Li com todo o interesse e concordando com cada palavra deste seu post tão oportuno e lúcido.Abraço.
Enviar um comentário