Arroz de lampreia
Depois das tapas de Espanha nada como um bom Arroz de Lampreia para acalmar as hostes.
O melhor arroz de Lampreia do mundo é o feito pela minha mãe, posso garantir-vos com toda a certeza.
Não que isto não possa parecer supeito, mas garanto-vos que não estou a regar. É realmente o melhor.
Depois de muitos anos de prática no Zé Manel dos Ossos, posso assegurar-vos que estava divinal.
No dia seguinte (16/04/2007), a minha mãe preparava-se para cozinhar mais três, penso eu, para um grupo de amigos de muitos anos do Zé Manel. Que o diga o http://pesporra.blogspot.com/.
Na Corunha aprendi que as lampreias depois de regressarem ao rio para desovar (nascem no rio mas vivem a via adulta no mar até regressarem para desovar), deixam de comer. Daí o facto de morrerem despois de desovar.
Na Casa dos Peixes havia um aquário que tinha algumas dezenas de exemplares. Segundo nos disseram, se a água estiver suficientemente fria podem sobreviver até um ano sem se alimentarem.
E agora para os mais aventureiros eis os ingredientes e a receita:
· 1 lampreia
· 1/2 kg de arroz
· 1 cebola grande
· 1 ramo de salsa
· 1 folha de louro
· 1 dente de alho
· Azeite
· Unto ou banha de porco
· Pimenta, colorau, sal e margarina
· vinho tinto
· vinho tinto
Confecção:
Pela-se a lampreia pondo-a num alguidar, e, sobre ela, deita-se água a ferver. Com uma faca, tira-se a pele, só raspando. Abre-se a lampreia da cabeça até ao fundo dos buracos, e junto à cauda, dá-se um golpe para tirar a tripa inteira. Aproveita-se o sangue no mesmo recipiente, pondo vinho tinto de modo a tapar a lampreia, e tempera-se com os condimentos acima descritos. Deve ficar de véspera com esses temperos. No dia seguinte, faz-se um refogado com a cebola, azeite, banha ou unto e margarina. Depois do refogado feito põe-se a lampreia dentro e deixa-se refogar, virando dos dois lados. Cobre-se então com a marinada dos temperos. Deixa-se cozer a lampreia durante cerca de 15 minutos, de forma a que não fique desfeita. Tira-se a lampreia, põe-se água em quantidade tripla de arroz, deixa-se ferver e põe-se o arroz, deixando cozer cerca de 15 minutos. Serve-se em seguida numa travessa funda, sendo o arroz coberto com a lampreia inteira, apenas golpeada.
Pela-se a lampreia pondo-a num alguidar, e, sobre ela, deita-se água a ferver. Com uma faca, tira-se a pele, só raspando. Abre-se a lampreia da cabeça até ao fundo dos buracos, e junto à cauda, dá-se um golpe para tirar a tripa inteira. Aproveita-se o sangue no mesmo recipiente, pondo vinho tinto de modo a tapar a lampreia, e tempera-se com os condimentos acima descritos. Deve ficar de véspera com esses temperos. No dia seguinte, faz-se um refogado com a cebola, azeite, banha ou unto e margarina. Depois do refogado feito põe-se a lampreia dentro e deixa-se refogar, virando dos dois lados. Cobre-se então com a marinada dos temperos. Deixa-se cozer a lampreia durante cerca de 15 minutos, de forma a que não fique desfeita. Tira-se a lampreia, põe-se água em quantidade tripla de arroz, deixa-se ferver e põe-se o arroz, deixando cozer cerca de 15 minutos. Serve-se em seguida numa travessa funda, sendo o arroz coberto com a lampreia inteira, apenas golpeada.
Nota: Cá em casa vai para a mesa em dois tachos, um com o arroz e outro com a lampreia já cortada às postas.
Para sobremesa é sempre possível comer uma lampreia de ovos para compor o ramalhete.
Bom apetite.
16 comentários:
Tanta comida boa que Portugal tem e tinhas logo que falar na lampreia! Por mim, podes comer tudo. :)
Sou insuspeito e deixo o meu testemunho. Confirmo que o arroz de lampreia servida no Zé Manel dos Ossos, quando feito pela Srª D.Alice é o melhor de Portugal e arredores.
A minha mãe foi uma grande cozinheira e fazia da mesma maneira e na altura não havia bacharelatos.
Rocky
Olá Tozé!
Eu nunca comi arroz de lampreia. Aqui na Madeira não conheço nenhum restaurante que o faça.
Obrigada pela receita.
Beijo perfumado*
Nunca fui capaz de comer lampreia. É um animal que me mete repugnância pela sua alimentação. O facto de se fixar aos outros peixes com a sua ventosa e com a língua que tem pequenos dentes, raspar a pele e a carne para depois poder alimentar-se do sangue dos desgraçados que é no que consiste a sua alimentação, faz afastar qualquer intenção para experimentar. Penso que era mais fácil para mim comer uma cobra assadinha :)))))
Mas sem querer provar o arroz de lampreia, gostei de seguir a tua receita. Há muitos apreciadores desse prato que dizem ser um pitéu :((
Depois do comentário do Rocky,está tudo dito.
E,quem é que se preocupa com a alimentação do tamboril,ou do cherne?!
Obrigado Tózé pela receita.
Um abraço.
RL
Olá Tozézito
eu ainda estou de ressaca de tanto partir pedra no meu, ainda desorganizado, blogue (não há tendões que resistam à teimosia de uma ariana como eu, eheheh), mas, enfim, uma boa viciada arranja sempre maneira de dar um ar da sua graça ;-)
Nunca provei arroz de lampreia :-(
mas devo alertar que houve há anos uma baixa preocupante na população desta espécie, cada vez mais ameaçada pelas obras hidráulicas...as alterações no Mondego, com o açude e não só, tiveram consequências justamente nas migrações detes bichinhos, mas como continuam a organizar festivais gastronómicos (salvo erro em Montemor--Velho?) espero que a coisa já não esteja preta! Na verdade não sei qual o ponto da situação no momento, portanto não me vou armar em ecologista (nota: os profissionais da área da ecologia, que por acaso até é aquela em que tenho trabalhado com sucessivas bolsas da FCT!) chamam-se ecólogos para distinguir do pessoal da pesada, que pecam por vezes por excesso de entusiasmo (!) e imprecisão em rigor- como em tudo, também no ambiente há fundamentalistas. Mas já tiveram um papel importante e devido à ganância, ignorância e cegueira política, que continua a grassar pelo mundo afora, acho que vão continuar a ter, porque também alertam a comunidade para crimes ambientais escandalosos.
Olha onde já vai a dissertação! Já ouvi uma data de vezes os tipos da janelinha ali ao lado- Bebo e o Cigala- esse ciganito que se me cantasse debaixo da janela eu o pedia em casamento ;)- o rapaz até nasceu no mesmo ano que eu e tudo! É pá, e o "velhote"? É fantástico! Um must! Ah grande octagenário! Que mestre na arte do piano! E que vitalidade de fazer inveja!
Francamente, o melhor elogio que posso fazer para já, é dizer-te que enquanto estou aqui no pc, ou enquanto ando a cirandar pela casita, que até é pequena, deixo o teu blogue ligado para ouvir a música ;) sou muito interesseira;)
Quanto à culinária e aos peixes...talvez um dia me aventure na cozinha a inventar umas coisas com estes bichos...mas nem a minha tia que cozinha bem lhes deita a unha...portanto acho que primeiro vou provar num sítio indicado por ti (ah pois, agora que estou em contacto com um especialista não faço a coisa por menos ;)
Também os salmões têm um percurso reprodutivo parecido com o da lampreia, sabias? Esses coitados galgam até barragens para desovarem no rio onde nasceram! Como se orientam para nadar desde o oceano, justamente indo ter ao rio onde nasceram...bom, é ainda um mistério, há muitas teorias (estudei isso em Ecologia Animal há uns 20 anos), tal como em relação à orientação das aves migratórias (que têm um radarzinho algures ;)- mas ainda não sabemos bem com certeza definitiva.
Com estas proezas todas dos chamados "irracionais" ainda há quem ache que somos uma espécie superior...pois sim ;)
beijinhos a todos aí em casa e um cafuné àquele cão ruidoso que faz lembrar um tapete ambulante, hihihi
Cris
Tambem sou daqueles que nao me provoca nem sequer provar-la, mas ainda um dia me encherei de coragem!
De qualquer bem haja pelo convite.
Olá,
O que motiva o meu comentário não é a lampreia, não! É a música. Quando vim aqui parar e abri o blog fiquei suspensa... Nem me passou pela cabeça encontrar uma música de Bebo e Cigala num Blog. Coisas minhas...
Parabéns pela música, pelo blog e pelo arroz de lampreia.
De há uns anos para cá faço a lampreia em casa que, modéstia à parte, é das melhores-lol!!!
Tozé
Eu só faço uma alteração na minha refeição: para sobremesa, mais um bocadinho de arroz de lampreia...
Nunca fui ao Zé Manel dos Ossos.
Talvez um dia, quem sabe... talvez.
Um abraço
Pois vinha ansiosa por saber da visita e já nem sei para que lado me virar, se para a paisagem e a descrição do passeio, se para a lampreia da mãmã! Assim, Tozé, tens o melhor dos dois mundos... Gostei muito, obrigada pela beleza que me deixas. Ah...e a esperança que agitas como bandeira azul. Abç
Só comi uma vez, foi um amigo meu que fez. Também gostei muito, mas não tenho termo de comparação. Estou cheia de fome e o meu jantar ainda não está pronto e tinhas de falar em comida :)
Só penso no dia em que vou "abocanhar" tamanha iguaria...
Um abraço e até uma destas quintas...
Sabes como a lampreia é morta e cozinhada? Eu acho HORRÍVEL que as pessoas consigam saborear um prato destes! MESMO!!!
Sabes como a lampreia é morta e cozinhada? Eu acho HORRÍVEL que as pessoas consigam saborear um prato destes! MESMO!!!
Concordo plenamente com a GK. Eu também seria incapaz de saborear um prato destes! Só o aspecto da lampreia já fala por si...
Claro que sei como a lampreia é morta e cozinhada. Da mesma maneira que sei como são mortos os outros animais que comemos. Faz parte da vida. Não matar por prazer, mas para comer. Destesto caça, por exemplo. Já pensaram no tempo que os peixes demorama a morrer?
Já alguém pensou como são mortas as sapateiras que já compramos cozidas? etc, etc.
Enviar um comentário