sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Freixo de Espada à Cinta




Chegámos a Freixo de Espada à Cinta cerca das cinco e meia da tarde, já era noite cerrada.
Freixo de Espada à Cinta localiza-se no extremo sul do Nordeste Trasmontano.
A Vila foi fundada no século XII e ficou conhecida pela resistência que ofereceu, nos séculos seguintes, aos avanços de Castela e Leão sobre as terras portuguesas.
A origem da povoação, como já vimos, bem como o seu topónimo são muito antigos, mergulhando no terreno da lenda.
De acordo com o erudito quinhentista João de Barros (homónimo do cronista), na sua Geografia de Entre Douro e Minho e Trás-os-Montes, a fundação é atribuída a um fidalgo espanhol, de apelido Feijão, que teria vivido no século X, e em cujas armas constaria um freixo e uma espada.
Uma tradição local atribui o topónimo a um guerreiro visigodo de apelido Espadacinta, que, ali se deitou à sombra dum freixo para descansar, o que passou a identificar o lugar.
Uma versão ligeiramente diferente é contada por Xavier Fernandes no segundo volume de Topónimos e Gentílicos:
"Um cavaleiro cristão [...], perseguido por um grupo de aventureiros, viu-se em perigo de morte. Então, conseguiu esconder-se entre os ramos de um freixo, aos ramos do qual pendurou a própria espada. Assim se salvou, porque os inimigos vendo um freixo com uma espada, encheram-se de pavor e fugiram. E aí mesmo se lançaram os fundamentos da povoação, a que o seu fundador deu o nome de Espada de Freixo à Cinta".
Aqui nasceram Guerra Junqueiro, o almirante Sarmento Rodrigues (antigo governador-geral de Moçambique e ministro do Ultramar) e Jorge Alvares, mercador, cronista do Japão e primeiro explorador português da Ásia, onde foi companheiro de S. Francisco de Xavier.
A vila está cheia de locais de interesse para visitar e, embora tenhamos chegado já de noite, ainda pudemos visitar alguns. Os locais chamam à sua terra a “vila mais manuelina de Portugal” pelo facto de a Igreja local estar construída nesse estilo arquitectónico e abundarem as janelas de habitações no mesmo estilo.
Destaque para a Igreja já referida, para Igreja da Misericórdia (século XVI) e para a interessante Torre Heptagonal, uma fortificação medieval reconstruída no tempo de D. Dinis.
Conversando com pessoas da localidade referiram-me outros locais de interesse a visitar numa próxima ida, preferencialmente no final da Primavera. A saber: a figura rupestre de Mazouco, - a 1ª figura ao ar livre a ser descoberta em Portugal - e a praia fluvial da Congida. Destaque ainda para a Calçada de Alpajares a ser percorrida a pé, necessitando-se para isso de bom tempo e onde se pode ter um vista deslumbrante do Dou internacional e das suas arribas. Destaque ainda para as amendoeiras em flor que dão à paisagem o aspecto estar coberta de neve.

4 comentários:

Maria disse...

E assim vamos sabendo História e conhecendo mais um pouco o nosso país...

O pormenor da janela é lindíssimo!

Bom fim de semana

Chanesco disse...

Caro Tozé

Como dizia o outro: "mais uma corrida, mais uma viagem".
Asim, corrida após corrida, vamos ficando a conhecer este nosso belo Portugal que, visto desta forma, parece tornar-se cada vez mais pequenino.

Um grande abraço e votos de boas festas.

caminante disse...

Gracias porque me permites visitar tan lindos pueblos y tierras de mi querido Portugal. Ya me gustaría disponer de tiempo para vistar tanta belleza.
Con amigos como tú es posible.
Un fortísimo y navideño abrazo.

Anónimo disse...

Freixo de Espada á Cinta...Terra Linda,Linda,Linda...
Sou uma Freixenista com Muito Orgulho...!
Aconselho todos a visitarem esta Linda terra...Nao so os pontos ja referidos mas muitos outros mais que tornam esta pequenna vila numa grande terra de beleza magnifica!