sábado, 11 de novembro de 2006

Um estória curiosa - O Brasão de Coimbra (continuação)


"Eis a prova do crime" .
Aqui está o Brasão da cidade de Coimbra que está colocado na parte de cima do edifício sede do município.
Como podemos observar a disposição do leão (simbolizando o rei Ataces) e do dragão (simbolizando o rei Hermenerico) estão invertidas relativamente à posição correcta.

Quando passarem pela Praça 8 de Maio (antigo Largo de Sansão), não deixem de dar uma espreitadela para verem este curioso pormenor, antes que, também aqui, a fúria de modernização chegue e este emblema seja substituído pela famosa circunferência interrompida, já aqui referida, que, segundo os seus "criadores", é uma forma estilizada de representação da serpente que, por vezes, aparece no lugar da dragão.
O meu caro amigo Jofre Alves, estudioso de Heráldica, colocou, nos comentários deste blogue, algo que contribui para o conhecimento da lenda deste Brasão:
"Como heraldista, gostei imenso deste artigo, pois muito se escreveu sobre este brasão e a génese da sua lenda é magnífica: Ataces, rei dos Alanos, rei suevo Hermenerico, princesa Cindazunda. A mais antiga representação heráldica conhecida e de 1270 (mais ou menos, pois estou a citar de cabeça), e representa uma donzela coroada e com um manto, tendo à volta um resplendor. Essa figuração foi mudando com frequência e nos séculos XIII / XIV apresentam a donzela coroada, ladeada por dois escudos com as quinas de Portugal, e por baixo uma cobra, uma taça e uma flor. A introdução do leão é tardia, talvez do século XVI. Há quem diga – mais lendas – que o brasão é uma alegoria à ninfa Monda, donde veio o nome do rio Mondego, a par da lendária donzela Colimena, filha do rei de Córdova, que encarcerada pelo bárbaro Monderigon, foi do triste cativeiro libertada por uma serpe e um leão."
Um abraço e seja sempre bem-vindo.

9 comentários:

A Sonhadora disse...

Olá Tó Zé, boa noite, obrigada pela visita, também por aqui andei e gostei mto.
Um abraço da sonhadora

Anónimo disse...

Envio uns versos escritos por José Freire de Serpa Pimentel, intitulados “Cidazunda”, onde relata a origem lendária das armas de Coimbra. José Freire de Serpa Pimentel nasceu em Coimbra em 1814 e faleceu 1870, sendo filho do doutor Manuel de Serpa Machado e de D. Ana Rita Freire Pimentel Mesquita de Vasconcelos. Foi bacharel formado em Direito pela Universidade de Coimbra, 2.º Visconde de Gouveia (1855), juiz de Direito, governador civil do distrito do Porto (1860), Par do reino (1860), poeta, dramaturgo, sócio do Conservatório Dramático de Lisboa, etc.

E dos dois chefes
A dextra irada
Poisando a furto
Na quente espada.

E os olhos de feras
Cruzando ainda
De um lado, e outro
Da moça linda.

E ela aos guerreiros,
Com riso brando
Surdos furores
Amenizando:

Assim caminho
De Coimbra bela
Vem ante as alas
O Godo e ela.

E assim coroada
Em copa de ouro,
De paz e graças
Rico tesouro,

De Coimbra, Ataces
A fez brasão,
Dum lado a serpe,
Doutro o leão.

E já de séculos
Grossa dezena
Passou correndo
Por esta cena;

E ainda os dosi brutos,
Ainda a donzela,
São a divisa
De Coimbra bela.

Anónimo disse...

Olá, passei para retribuir a visita. Tem um blog muito cultural. Passarei (certamente) mais vezes para ir aprendendo alguma coisa. Um abraço e, boa semana.

Anónimo disse...

Na última quadra, corrigir, por favor:

não é

E ainda os dosi brutos,

mas sim

E ainda dos dois brutos

Obrigado.

Antona disse...

Obrigado por tus palabras inmerecidas

um abraÇo

Maria disse...

Tenho andado um pouco arredada...
Passei por aqui pra deixar um beijo de boa noite e desejo de boa semana

Quarenta disse...

Caro Tozé Franco:
Venho retribuir o abraço que deixou no meu "blog".
Dado que a História é uma das ciências que mais me atrai, dou-lhe os meus parabéns pelo seu "blog".
Cumprimentos

carlos ponte disse...

Tozé com a heráldica não descure a barriga.
Passe pelo meu blog que lhe deixei lá um convite que, claro está, está à vontade para recusar.
Um abraço,
Carlos Ponte

Moura disse...

Isto é o que se pode considerar uma repetição com direito a um upgrade.
Belo contributo do sábio Jofre Alves.
Um abraço