quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

La Alberca



A proposta vai hoje para uma das mais bonitas povoações de Espanha, La Alberca, situada a 1087 metros de altitude, junto à Sierra de Francia, na província de Salamanca, a cerca de 60 Km de Vilar Formoso.
A recuperação desta aldeia bem podia servir de exemplo para o que se podia e devia fazer nas nossas aldeias: recuperação, sem casas tipo “maison”, e com gente dentro, pois La Alberca conserva quase mil habitantes permanentes.
Os mais antigos vestígios de povoação humana datam da Pré-história, existindo pinturas rupestres da época neolítica.
Na Idade Méida, entre os séculos XII e XIII, ocorreu a repovoação, por decisão do rei D. Afonso IX.
La Alberca e a região à sua volta foram repovoadas com muita gente de origem francesa que aqui tinha chegado com D. Raimundo de Borgonha, nobre francês casado com D. Urraca, tia de D. Afonso Henriques. Esta é a explicação para muito topónimos franceses existentes na zona da Sierra de Francia.
Hoje em dia, La Alberca vale uma visita demorada, pois está cheia de surpresas, sendo a principal a beleza da sua arquitectura tradicional, baseada na pedra e madeira, que fez com que fosse declarada monumento histórico e artístico e Património da Humanidade.
La Alberca surpreende porque a arquitectura predominante não seria suposto encontrá-la ali. Aquelas, são casas que poderíamos perfeitamente enquadrar na paisagem alsaciana, alemã ou suíça, mas não ali, em plena Sierra de Francia.
Ao percorrermos calmamente as ruas, encontramos, nos portais das casas, as datas da sua construção, bem como signos e anagramas religiosos que mostram, publicamente, a fé dos seus moradores.
Os pisos superiores são sempre mais salientes que os inferiores, contribuindo para que os telhados quase se toquem, produzindo um curioso jogo de luzes e sombras, que dá um ambiente único à aldeia.
Há quem diga que a estrutura urbana é a típica de uma judiaria, pelo intrincado labiríntico e secreto das suas ruas. Há, também, quem afirme, ao percorrer o povoado, que se parece com os arredores de Damasco, atribuindo-lhe assim influências árabes. Disto resulta que muitas das suas ruas apenas podem ser percorridas a pé.
Podemos, isso sim, afirmar que La Alberca resulta da junção, ao longo dos séculos, das culturas cristã, judaica e árabe.
Como último destaque, uma referência muito especial a Plaza Mayor, para a qual confluem as principias artérias da localidade. Nesta, merecem especial destaque as varandas cobertas de flores, suportadas por colunas de granito e as esplanadas pode se podem degustar umas excelentes Tapas e umas Cañas para acalmar a sede, se for caso disso.

18 comentários:

A Professorinha disse...

Já lá fui há uns anos. Adorei, é muito muito bonito :)

Moura disse...

Se tudo correr bem na paragem do Carnaval...Salamanca não me falha e esta simpática povoação também não.
Um ano sem ir a Salamanca não é ano...
Um abraço

Teresa David disse...

Mais uma vez aprendi mais um pouco e fiquei cheia de vontade de me meter no carro e ir em demanda de tal paragem!!!
Bjs
TD

Chanesco disse...

Meu caro Tozé

De facto a ver pelas fotos deve ser uma povoação agradável de visitar.
Aliás, penso que no capítulo da conservação do património, os espanhóis esmeram-se a valer.
E digo isto a ver pela forma limpa e airosa com se matêm os pueblos que conheço um pouco mais a sul: Cória, Moraleja, Zarza la Mayor, Alcantara...

Um abraço ao viajante

Alexandre disse...

Ora, aí está um local que eu gostava de visitar e nem é assim muito longe...

Obrigado pela sugestão...

Um abraço!

a d´almeida nunes disse...

Bela reportagem, Tozé.
Tem toda a razão. Esse jogo de luz/sombra é bem visível nas fotos e o efeito espectacular.
Deve ser muito emocionante a vista ao vivo.
Um abraço
António

Al Cardoso disse...

Sem duvida interessante, e tao perto de nos!

Sabe em Fornos ate a decada de oitenta existiam varias casas com as suas varandas de madeira, que devido a sua quantidade, chegaram a ser apontadas como de interesse turistico. Acontece que foram quase todas destruidas e em seu lugar xistem hoje construcoes incarateristicas de cimento e tijolo.
Quando isto acontece na vila mesmo junto a camara, o que nao ha-de acontecer nas aldeias!!!

Um abraco e bom fim de semana.

Joaquim Baptista disse...

Se esta aldeia estivesse em Portugal, decerto que não estaria assim conservada. No concelho de Idanha-a-Nova impossivel. Veja-se o que estão a deixar fazer, legal e ilegalmente, às aldeias históricas. Como diria um Amigo "Somos brutos e gostamos de o ser", direi mais Matarruanos, monstros....

Desculpe o desabafo

Abraço

Joaquim

Antona disse...

Me encanta tu blog,hermana dos paises,que siempre deben ser amigos.Con tu permiso puse un link en mi blog
Un abraÇo

Anónimo disse...

Continua a interessante peregrinação por terras de Espanha, que pouco conheço, salvo a Galiza, claro. Bom fim-de-semana.

Paulo disse...

História de um "lugar"....

Abraço
Paulo

foreveryoung disse...

Parece ser muito bonita! Mais um lugar onde tenho de ir...
As fotos estão lindas!
Bjs

Maria disse...

Muito bonito Tozé.
Um dia destes pego no carro e vou por aí... para os petiscos...
Bom fds

Anónimo disse...

Obrigada Tozé pela tua simpática visita!
É Lamego é fantástico!
(ups.. não gosto é das bôlas... mas eu sou muito esquisita! Nem dos presuntos, nem dos queijos... mas adora a cidade!!!!!!)

Um beijinho =^.^= tarina

Padre Vítor Magalhães disse...

É agradável e sugestivo para porporcionar um pequeno passeio,... obrigado pela partilha!

Anónimo disse...

Tozé,
As fotos são belas, se pudesse pegaria um carro e iria rapidinho visitar esse lugar...

Anónimo disse...

Olá Tozé

Estava a pesquisar informação sobre La Alberca e encontrei o seu blog.
Gostaria de visitar mas queria ficar alojada lá.Tem alguma sugestão de onde ficar?
Que indicações me daria para organizar a minha visita?


Obrigado

Vera Duarte

veraduarte30@hotmail.com

Anónimo disse...

estive lá e gostei muito. Falta à optima descrição, a lenda, dada como verídica--a história do porco-cuja figura de pedra podemos ver no adro da Igreja.Receio não ser correcta se a repetir mas podem informar-se porque é muito bonita e segundo me disseram ainda hoje mantêm a tradição se bem que em moldes diferentes.