segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Apaixona-te... muda o teu mundo!

“Não há nada mais prático
do que encontrar Deus;
ou seja, apaixonar-se por Ele de um modo absoluto, até ao fim.

Aquilo pelo qual estás apaixonado
agarra a tua imaginação
e acaba por ir deixando a sua marca em tudo.

Determinará
o que te faz sair da cama cada manhã,
o que fazes com as tuas tardes,
como passas os teus fins-de-semana,o que lês,
o que conheces,o que te faz sentir o coração desfeito,
e o que te faz transbordar de alegria e gratidão.
Apaixona-te! Permanece no amor!
Tudo passará a ser diferente”.

Pedro Arrupe, sj (1907-1991)

Este fim-de-semana voltou, mais uma vez, a ser diferente e radical.
O texto acima transcrito foi o lema que nos orientou.
Eu mais um grupo de amigos resolvemos fazer uma peregrinação. Não para pagar qualquer promessa, mas porque peregrinar nos faz ter outra perspectiva de vida e fortalece o grupo.
Partimos na Sexta-feira e chegámos a Fátima no Domingo.
Foi duro mas valeu a pena.

domingo, 21 de setembro de 2008

Especial fim-de-semana

Este está a ser um fim de semana muito especial o que me levou a interromper a "viagem" que andava a fazer. A ela voltarei na próxima postagem.

Na sexta-feira à noite, estive no concerto que marcou a conclusão do restauro do órgão de tubos da igreja de Santa Cruz que, no século XVIII, era considerado o melhor da Península Ibérica e um dos melhores da Europa.
Nesse evento participaram, além do Coro onde canto (Grupo Coral de Santa Cruz), a Capela Gregoriana Psalterium e o Ancãble, que intrepretaram várias peças de polifonia e gregoriano acompanhadas pelo magnífico órgão de Santa Cruz tocado por Monika Henking, organista Suiça, que se deslocou a Portugal para participar nesta iniciativa.
O órgão, que podemos observar do lado esquerdo de quem entra, data do século XVIII, mais propriamente de 1724, ano em que foi concluído, depois de 5 anos de construção. Foi construído pelo mestre organeiro espanhol Manuel Benito Gomes Herrera e era, no seu tempo, um dos melhores da Europa. Note-se, no entanto, que antes deste, outros existiram no mesmo sítio, sendo que algumas das suas partes foram integradas no actual, tendo sido mantidas no restauro efectuado.
O actual órgão é composto por 4 órgãos diferentes, possui 3 registos inteiros e 55 meios registos num total de 2920 tubos.
A qualidade do seu som tinha-se degradado com o tempo, mas, agora, soa como se estivessemos no século XVIII.
Vale bem a pena uma deslocação a Santa Cruz para o ouvir. Ainda neste Domingo, soou na Missa das 10 horas.
Já gora e só a título de curiosidade, nos séculos XV e XVI, S. Cruz de Coimbra deslumbrou a Europa pela qualidade da sua música, tendo compositores mundialmente famosos como D. Pedro de Cristo, que dá nome a um coro da cidade, e D. Pedro da Esperança, do qual cantámos 2 responsórios de Natal.
Há uns anos atrás, um grupo profissional inglês veio a Santa Cruz interpretar unicamente peças de D. Pedro de Cristo e o curioso é que muitas delas eram completamente desconhecidas em Portugal pois, quando foram compostas, destinavam-se, muitas vezes, a seram cantadas e tocadas apenas uma vez. Com a extinção das Ordens Religiosas, muitos dos livros da Biblioteca do Mosteiro, uma das melhores do país, acabaram no estrangeiro, daí o facto de serem peças desconhecidas em Portugal.
No Sábado foi o que se pode ver nas restantes fotografias: baptismo num voo acrobático, em tudo semelhante aos que vimos, recentemente, no Porto.
Loopings, 8 Cubano e outras manobras do género atingindo os 6G, ao memso tempo que sobrevoávamos um navio de cruzeiro enorme que saía do Tejo, deixaram-me o desejo de voltar a experimentar.
Não posso terminar sem deixar o meu agradecimento ao Nuno, piloto que me baptizou nesta aventura.
Pode ser que a próxima seja um salto de paraquedas.

domingo, 14 de setembro de 2008

Roteiro de Viagem: Nevers - Chambord - Blois (5.º dia)

O 5.º dia iniciou-se com o adeus a Nevers.

Partimos, então, em direcção a Orleans onde apenas visitámos a Catedral (1.ª fotografia).
Passadas algumas centrais atómicas situadas nas margens do Loire, almoçámos (bem) num pequeno restaurante de um hipermercado na beira do caminho.
Cerca das 14.30, chegámos a Chambord (2.ª fotografia). Por muito que estejamos alertados para o gigantismo do Palácio é sempre uma surpresa quando chegamos.
Situado dentro de uma coutada de caça enorme (52,5km2) o palácio esmaga-nos pelo seu tamanho. Para termos uma ideia basta dizer que tem 365 lareiras, uma para cada dia do ano, como por lá é dito. Os jardins estendem-se muito para lá de onde a vista alcança.
Embora seja o maior castelo da região do Loire, apenas servia como pavilhão de caça do rei Francisco I, que preferia ficar nos castelos de Blois e D'Amboise (visitados no dia seguinte).
A sua construção prolongou-se por mais de 20 anos. É composto por uma fortaleza central com 4 enorme torres baluartes nos cantos.
No interior, gostaríamos de destacar uma escadaria aberta em dupla-hélice que é a peça central do palácio. As duas hélices ascendem aos três pisos sem nunca se encontrarem, iluminadas de cima por uma espécie de farol no ponto mais alto do edifício. Isto pode indiciar que tenha sido desenhada por Leonardo Da Vinci. (4.ª e 5.ª fotografias)
Embora seja um castelo, nunca houve a intenção de proteger o edifício do ataque de qualquer inimigo. Por esse motivo, as paredes, torres e fosso parcial são puramente decorativos, e mesmo naquela época já eram um anacronismo. Elementos da arquitectura - janelas abertas, loggia e uma vasta área aberta no topo - foram importados do estilo Renascentista Italiano, o que faz deles deslocados na fria França central.
Já estava quase a tarde a terminar quando nos dirigimos para Blois, localidade onde pernoitámos, depois de ter comido um frango de churrasco à portuguesa (assim era anunciado num cartaz, embora o restaurante não fosse de portugueses) e ter assistido a um espectáculo de cor e luz no Palácio de Blois que não deixou grande saudade. A visita ao Palácio propriamente dito ficou para o dia seguinte. (3 últimas fotografias)

domingo, 7 de setembro de 2008

Roteiro de Viagem: Mâcon - Nevers(4.º dia)

Igreja da Reconciliação a meio da manhã Oração em Taizé

Oração em TaizéOs espaços para os encontros de partilha

Os sinos de Taizé

O que resta da Abadia de Cluny
No chão, a planta da igreja original
Nevers

Um dos pontos altos da viagem estava reservado para o 4.º dia: a passagem por Taizé (a cerca de 30 Km de Mâcon).
Para quem não saiba, Taizé é uma comunidade religiosa ecuménica que se situa numa pequena localidade (cerca de 115 habitantes) com o mesmo nome, na Borgonha.A Comunidade foi fundada em 1940, pelo irmão Roger, de origem calvinista, que permaneceu como seu Prior até à data de sua morte a 16 de Agosto de 2005.
A comunidade ecuménica é constituída por mais de cem membros de várias nacionalidades, representando, praticamente, todos os ramos do cristianismo.
Jovens (e não só) de todo o mundo visitam Taizé todas as semanas para se integrar na vida da comunidade.
Eu fi-lo pela 1.ª vez há mais de 25 anos, tendo aí permanecido cerca de 10 dias que me marcaram profundamente. Participei ainda em 2 encontros europeus (Roma e Paris) e por lá havia voltado a passar há 18 anos. Chegou agora a altura de voltar (ainda não para ficar uma semana como desejava) mas para passar umas horas.
Taizé deu origem a um estilo único de música contemplativa que reflecte a natureza meditativa da comunidade. A música de Taizé utiliza frases simples, usualmente linhas dos Salmos ou outro pedaço da Sagrada Escritura, repetidas e algumas vezes cantadas em cânone. O intuito da repetição é o de ajudar na meditação e na oração. A música que estão a escutar é uma das muitas que se podem aí escutar e cantar.
A comunidade de Taizé é, desde há muitos anos, um importante destino de peregrinação com milhares de pessoas que por aí passam todas as semanas, especialmente durante o Verão.
O Irmão Roger foi assassinado no dia 16 de Agosto de 2005, quando uma mulher romena, aparentemente com distúrbios mentais, o apunhalou várias vezes durante a oração da noite.
O Irmão Alois, um católico de origem alemã, sucedeu ao Irmão Roger.

Depois de ter alimentado o espírito, rumei a Cluny, local de origem da Ordem Clunicense que se estendeu por toda a Europa medieval. Da Igreja original pouco resta (foi deitada abaixo depois da revolução francesa), mas a localidade conserva uma patine única.
Almoçados e feita a visita ao que restou da antiga abadia partimos em direcção ao Loire, indo pernoitar a Nevers.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Roteiro de Viagem: Carcassone - Mâcon (3.º dia)

O 3.º dia começou com a visita à cidade antiga de Carcassone, onde nos perdemos, no castelo e pelas ruas da cidade fortificada, até cerca das 3 da tarde.
A cidade é dominada pelo castelo dos senhores de Trancavel (século XII). No século seguinte (XIII), foi anexada aos territórios reais, tendo os representantes do rei reforçado as defesas da cidade.
Dentro do Castelo, pudemos ver um filme sobre a história da cidade desde a época romana até à restauração levada a cabo no século XIX.
Percorremos o caminho da ronda que nos permitiu conhecer o sistema de defesa medieval e admirar a magnífica paisagem.
Alguma salas acolhiam uma exposição de esculturas provenientes da cidade e dos seus arredores, assim como pinturas murais do torreão dos senhores de Trancavel
Visitado o Castelo, voltámos às ruelas e praças que marcam a cidade e que se tinham enchido de esplanadas.
Escolhido o restaurante, provámos uma das especialidades locais (Em Roma sê romano!): a Cassoulet. O nome deve-se ao facto de ser confeccionado numa cassole (caçarola de barro). É uma espécie de feijoada, sem grandes temperos.
A nossa era de pato e trazia ainda uma salsicha fresca das picantes. Achámos o prato interessante mas incapaz de fazer frente a uma boa feijoada portuguesa.
Depois das 3 da tarde, esperavam-nos cerca de 500 Km até Mâcon, onde pernoitámos.
Não gostámos da cidade que, quando chegámos, cerca das 9 da noite, parecia ter sido alvo de uma evacuação, pois não se via ninguém na rua.
Acabámos a jantar num Buffalo Grill, um resturante de grelhados que diríamos tratar-se de um restaurante de carne esturricada, pois a que nos foi apresentada estava intragável.