A raposa
Uma das expressões mais curiosas utilizadas em Coimbra é a de "apanhar uma raposa", isto é, chumbar o ano ou, de acordo com as modernices de eduquês, ficar retido ou não transitar.
Acho piada a esta mania portuguesa de pensar que os problemas se resolvem pelo simples facto de mudar o nome às coisas.
Quando eu estudava fazia redacções, agora os alunos fazem composições ou produção de texto; fazia ditados, agora fazem-se exercícios ortográficos; marrava com fartura, agora marranço nem pensar pois podem ficar traumatizados e, além disso, a culpa deles não estudarem é, só pode ser(!), dos professores....
Eu, que até me tenho dedicado a reflectir sobres estes assuntos, tenho para mim, que a mudança das palavras não trouxe qualquer melhoria. Se assim fosse, estava o país salvo. Crise, qual crise?
Bem, vamos estão à raposa.
Na Faculdade de Direito da antiga Universidade Coimbra, no acesso aos Gerais, há um belo conjunto de ajulejos, sendo que, num deles, está representada uma raposa (imagem 2). Ora, junto a esse ajulejo costumavam os estudantes esperar a chamada para a prestação de provas orais aos cadeirões que compunham o Curso de Direiro.
Como muitos chumbavam, (Oh gaita! Ficavam retidos ou não transitavam! Assim é que é.) ficou a tradição de se dizer que tinham apanhado uma raposa.
NOTA: O fado que estão a ouvir é a Balada de Despedida do 5.º ano de Direito. Muito bonito.
A pedido da Clarice do blogue Compre Produtos de Santa Catarina, aqui fica a letra da Balada de despedida do 5.º ano jurídico (1988/89).
Sentes que o tempo acabou
Primavera que é flor adormecida
Qualquer coisa que não volta que voou
Que foi um rio, um ar na tua vida
E levas em ti guardado
O choro de uma balada
Recordações de um passado
O bater da velha cabra
Capa negra de saudade
No momento da partida } BIS
Segredos desta cidade
Levo comigo p'rá vida
Sabes que o desenho do adeus
É fogo que nos queima devagar
E no lento cerrar dos olhos teus
Fica esperança dum dia aqui voltar
E levas em ti guardado
O choro de uma balada
Recordações de um passado
O bater da velha cabra
Capa negra de saudade
No momento da partida } BIS
Segredos desta cidade
Levo comigo p'rá vida
Acho piada a esta mania portuguesa de pensar que os problemas se resolvem pelo simples facto de mudar o nome às coisas.
Quando eu estudava fazia redacções, agora os alunos fazem composições ou produção de texto; fazia ditados, agora fazem-se exercícios ortográficos; marrava com fartura, agora marranço nem pensar pois podem ficar traumatizados e, além disso, a culpa deles não estudarem é, só pode ser(!), dos professores....
Eu, que até me tenho dedicado a reflectir sobres estes assuntos, tenho para mim, que a mudança das palavras não trouxe qualquer melhoria. Se assim fosse, estava o país salvo. Crise, qual crise?
Bem, vamos estão à raposa.
Na Faculdade de Direito da antiga Universidade Coimbra, no acesso aos Gerais, há um belo conjunto de ajulejos, sendo que, num deles, está representada uma raposa (imagem 2). Ora, junto a esse ajulejo costumavam os estudantes esperar a chamada para a prestação de provas orais aos cadeirões que compunham o Curso de Direiro.
Como muitos chumbavam, (Oh gaita! Ficavam retidos ou não transitavam! Assim é que é.) ficou a tradição de se dizer que tinham apanhado uma raposa.
NOTA: O fado que estão a ouvir é a Balada de Despedida do 5.º ano de Direito. Muito bonito.
A pedido da Clarice do blogue Compre Produtos de Santa Catarina, aqui fica a letra da Balada de despedida do 5.º ano jurídico (1988/89).
Sentes que o tempo acabou
Primavera que é flor adormecida
Qualquer coisa que não volta que voou
Que foi um rio, um ar na tua vida
E levas em ti guardado
O choro de uma balada
Recordações de um passado
O bater da velha cabra
Capa negra de saudade
No momento da partida } BIS
Segredos desta cidade
Levo comigo p'rá vida
Sabes que o desenho do adeus
É fogo que nos queima devagar
E no lento cerrar dos olhos teus
Fica esperança dum dia aqui voltar
E levas em ti guardado
O choro de uma balada
Recordações de um passado
O bater da velha cabra
Capa negra de saudade
No momento da partida } BIS
Segredos desta cidade
Levo comigo p'rá vida
27 comentários:
Também não gosto muito destas novas "produções de textos" que andam por aí.
Quanto a história da raposa, vou perguntar ao rapaz se a conhecia.
Com respeito a última foto, tenho-a também. Só que estou nela.
abraços de cá
Hoje já não se houve esta expressão o que é pena!
Os gráficos são lindos!
beijos
Buenas imagenes amigo
um abraÇo
O problema é que acabando estas expressões a língua fica assim mais, como hei-de dizer, normalizada, asséptica, não acha Tozé? Entre não transitar e apanhar uma raposa haverá comparação possível?
Tozé, precisei ir até a última letra para entender tudinho, mas causou-me distração essa bela música. Sugiro que coloques no blog a letra, que tem muita força.
A propósito de apontar o dedo a quem se devem os pecados, lembro de um ator americano que está a fazer campanha em escolas e seu mote principal é :"Não é o que os jovens estão a fazer e sim o que nós deixamos de fazer".
Abraço e obrigada pela visita.
Bem haja!
Olá Pitanga.
Com raposa oe sem ela é sempre um prazer tê-la por aqui.
O "rapaz" deve conhecer a história.
Um abraço.
Olá Gata.
Hoje pouco se ouve além de bué e cisas do género.
Um abraço.
Olá Antona.
Bem vindo e obrigado.
Um abraço.
Olá Carlos.
Costumo dizer aos meus alunos que perdemos uma riqueza imensa ao esquecermos certas palavras e ao esquecermos as várias maneiras de pronnciar o português. À custa da televisão um dia destes estamos todos a falar À moda da capital: "coalho", "joalho", "desanho", "vermalho", "artalho", etc, etc.
Um abraço.
Olá Clarice.
Já segui a sua sugestão.
Quanto aos jovens infelizmente o que diz é verdade.
Um abraço.
Grandes saudades das suas aulas... Aqueles despejos de matéria na nossa cabeça... :) até à próxima stor...
"O quê é pela praxe"????
Olá Macambusios (sic).
Saudades de quê? É bom ler isso.
Um abraço e boa sorte.
Olá Pitanga.
?????
Um abraço.
Pois!As palavras mudam,mas tudo fica a aplaudir a rotação das moscas...
Um abraço.
Não deixem de conhecer a Balada da Saudade da ESEC... ouçam é de arrepiar! A nossa mais emblemática canção que não se canta com a voz mas sim com o coração!
beijos
espero que estejam todos bem lá pelo colegio... um beijo grande com saudade de todos
Não foram só as palavras ou expressões que mudaram, mudou todo um sistema que em vez de melhorar parece que só tem piorado!
Beijocas grandes
Olá Aminhapele.
Pois a chatice é a quantidade de moscas, a sua rotação e haver quem ache que tudo se resolve com uma simples troca de nomes..
Um abraço.
Olá Vânia
Obrigado pela visita. Espero que esteja tudo a correr bem.
Onde posso ouvir esssa balada?
Um abraço.
Olá Sei Que Existes.
Cada vez que alguém reforma o sistema a coisa só piora. O problema agrava-se pois à gente que acha que com uma varinha de condão reslove tudo.
Era tão bom estarem no terreno....
Um abraço.
ola! que linda balada..belas fotos de belas viagens! obrigada pela visita!
A famosa expressão de ter apanhado uma raposa veio de uma universidade de Coimbra!?
Gostei muito do texto e da música e letra do fado também.
Abraço :)
Hoje, embrulhada numa manta espreito o teu cantinho. Dia de verdadeiro Inverno, chuva, frio e vento, que mais se pode pedir?
Eu cá queria um grande nevão, uma unica vez na vida gostaria de estar por dentro das janelas a observar um nevão a sério.
Por cá fiz uma homenagem ao cineasta Manoel de Oliveira, no dia dos seus 100 anos.
Bom fim de semana.
Beijokas.
Gostei do texto.
O que eu aprendo consigo...
Reparo que é um "stor" muito apreciado pelos seus alunos.
Olá Helena de Tróia.
Obrigado pela visita. Espero que volte.
Um abraço.
Olá Capriccio.
Pois é verdade.... A ´balada é, poarea mim, a mais bonita de Coimbra.
Um abraço.
Olá Tulipa.
Espero que a manta não se deva a nenmhuma doença, mas sim ao frio.
Quanto ao resto vou fazendo o meu trabalho, o melhor que posso e sei.
Um abraço.
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