sábado, 2 de janeiro de 2010

Celas

Quando era pequeno, lembro-me de ir a Celas (como ficava longe, apesar do eléctrico!) onde uns tios-avós paternos (Ti Zé da Santa e tia Glória) eram caseiros de uma quinta que aí existia e que, entretanto, desapareceu.

Essa Quinta ficava nos terrenos onde hoje está a escola Martim de Freitas e aí se chegava depois de percorridas umas veredas desde o Largo da Cruz de Celas. A casa ainda hoje existe, embora muito degradada.
Nessa Quinta tomei grandes banhos, num tanque cheio de girinos e que servia para a rega dos produtos agrícolas.
Sorte a nossa não haver ASAE porque o tanque era de certeza encerrado por questões de higiene... Mas como o que não mata engorda, eis-me aqui a tentar perder uns quilos ganhos no Natal, especialmente com as Azevias recheadas com doce de grão de bico (um dia destes deixo aqui a receita deste doce medieval).
Vem tudo isto a propósito das fotografias de hoje.
Celas era, no final do século XIX, uma das localidades dos arrabaldes de Coimbra que se havia desenvolvido em redor do Mosteiro de Celas, construído no século XVII e hoje ocupado, parcialmente, pelo Hospital Pediátrico, enquanto não é inaugurado o novo.
O Largo de hoje tem um aspecto muito diferente daquele do início do século XX e do que eu conheci nos finais dos anos 60, início dos anos 70, quando ia a casa dos meus tios e como estudante do Liceu Normal D. João III (José Falcão depois do 25 de Abril). Esta do Normal sempre me levou a pensar que existiriam liceus anormais algures por aí.
Um abraço, fiquem bem e uma Ano Novo cheio de coisas boas!

8 comentários:

Fê Costta disse...

Lindas as fotos antigas! Junto ao seu relato, é mesmo capaz de nos transportar ao passado!

Feliz 2010!! :)

Codinome Beija-Flor disse...

Tozé,
Vir aqui é um aprendizado constante.
Mas vejo que algo já fazia parte de sua vida mesmo antes de existir, o lugar onde tanto brincou abriga agora uma escola e escola é algo que faz parte da sua vida agora (ou seja, um destino já traçado).
Abraços

aminhapele disse...

Como sempre,um relato importante e bem ilustrado.
Essa das "azevias" é que me deixou a matutar!Tantas vezes que já ouvi falar e não lhes conheço o aspecto,nem o sabor...
Quanto ao Liceu Normal D.João III,que eu também frequentei,ao que a memória me diz,chamavam-se "normais" os Liceus que tinham Professores Metodólogos(estagiários,para entrarem na carreira docente,tinham que fazer aí o seu estágio e o seu exame,orientados durante creio que 2 anos pelo tal Professor Metodólogo).Suponho que a designação de "Normal" deriva de uma normalização do ensino,implementada pelo Estado Novo.
Ó novo nome,de José Falcão,vem do antigo Liceu existente junto aos Arcos do Jardim.
Bom Ano.
Um abraço.

tulipa disse...

É inevitável! Com a entrada do novo ano, no mundo inteiro, milhares de pessoas desfiam um rol de bons propósitos. Algumas dessas intenções não passam do 1º mês do novo ano, caem no esquecimento. Por isso decidi que não faço promessas disto nem daquilo.

Hoje os meus votos para todo o ano vão em forma de IDEOGRAMAS.
São muitos os símbolos e os significados associados aos ideogramas. Cada traço do desenho imprime uma força mágica, duradoura e com a riqueza de uma escrita antiga e cheia de tradição e respeito.
Os ideogramas têm muita força e poder.
Deste modo os meus votos de
Saúde,
Coragem,
Amor
e Amizade para 2010.

Adoro ler as tuas histórias de infância. Beijinhos meus.

Citadino Kane disse...

Tozé,
Venho aqui estender a minha mão, te abraçar fraternalmente e dizer o quanto és importante para o novo mundo que estamos construindo.
Vale viver para transformar vidas.
Obrigado Tozé!
Feliz 2010!

Anónimo disse...

Faz bem lembrar. Faz bem conhecer. É como se abríssemos uma armário há muito fechado e deixássemos entrar a brisa.
Bons dias em 2010!

A Professorinha disse...

Adoro as fotos e as histórias que as acompanham sempre!

Al Cardoso disse...

Um bom ano para si tambem, nao ha duvida que no que toca a fotografias antigas, p[oucos lhe ganharam em Coimbra, parabens.

Um abraco de amizade dalgodrense.