segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Novos tempos...

Às vezes penso que o facto de a minha filha ter tido a possibilidade de ir estagiar para o estrangeiro foi algo de bom que lhe aconteceu, por muito que isso custe aqui em casa.
É que, cada vez me parece mais que vivemos num país de opereta. E, para isso, nem precisamos de faces ocultas ou outras coisas do género, que envergonhariam qualquer país decente.
Vem este desabafo, a propósito de algo a que assisti na televisão. Iam os manifestantes favoráveis ao referendo sobre o casamento homossexual rua abaixo, quando o jornalista resolve entrevistar um indivíduo que estava numa contra-manifestação e que disse algo do género: "Nós temos os mesmos direitos ou ainda mais, de adoptar crianças".
Aquilo que me preocupa é o "ainda mais", pois já não se reclamam direitos iguais, mas sim direitos superiores. Não tarda nada, vem a exigência de prioridade nas listas de casais que esperam crianças para adopção.
Mais do que uma maioria autista, faz-me impressão o governo das minorias que é o que alguns gostariam de ver em Portugal - já estivemos mais longe -, muito por culpa de uma certa esquerda que só exige direitos, esquecendo-se de que para cada direito existe um dever.
E assim vamos alegremente de derrota em derrota até ao desastre final.
Haja paciência.

2 comentários:

a d´almeida nunes disse...

Tozé

Acompanho-o neste seu desabafo.

Concordo plenamente com os direitos das minorias se manifestarem, expressarem livremente as suas opiniões.

Não posso no entanto aceitar que essas mesmas maiorias se queiram impôr aos que não pensam da mesma maneira. Quantas vezes apelidando os não apoiantes de retrógrados.

Um abraço

Maria disse...

Creio que a expressão "ainda mais" está nitidamente a mais. Não há direitos a mais para uns e a menos para outros. Há direitos e deveres de todos os cidadãos. Iguais para todos. Digo eu....

Um abraço, Tozé