Personagens de Coimbra
Voltamos hoje a personagens incontornaveis de Coimbra: as lavadeiras e as aguadeiras.
As aguadeiras, geralmente, andavam descalças, vestindo saias grossas, blusas garridas e xaile sobre os ombros, levando à cabeça cântaros em lata ou em barro, com os quais distribuiam água pelas zonas da cidade onde a mesma não chegava.
Não resisto aqui a transcrever um comentário do meu amigo João, profundo conhecedor de tudo o que diz respeito a louças, faianças e porcelanas, a propósito da 2ª fotografia: "De facto amigo Tozé, as paixões, ao mesmo tempo que nos alargam o coração, estreitam-nos a visão. Neste conjunto riquíssimo de fotografias ficaram-me os olhos presos à quinta (segunda no actual post) fotografia e ao objecto que a aguadeira tem à cabeça. Um magnífico registo fotográfico do tradicional asado de Coimbra, obra maior da olaria de antanho. Para mim, o encanto da olaria deriva da magia da sua criação e da beleza das suas formas mas, sobretudo, do facto de ser o produto da exigência colectiva da comunidade que satisfaz e serve. A olaria é sempre património de uma comunidade, e não de um homem. Na ondulante robustez da forma do asado podem-se ver, ao mesmo tempo, as curvas das guitarras de Coimbra e do feminino inspirador dos seus trinados."
As lavadeiras, que ainda há bem pouco se viam nas margens do Mondego, faziam no rio as barrelas com sabão azul, batiam a roupa nas pedras e/ou numa tábua e punham-na a corar nos areais do Mondego. As roupas entregues pelas "senhoras da cidade" ou pelos estudantes constavam de um rol (lista) e quando faltava alguma peça eram obrigadas a pagar-lhes uma pesada indemnização.
Alguma da roupa era transportada nas barcas serranas sendo descarregada nos cais e nas escadas ainda hoje existentes ao longo da margem direita do Mondego.
10 comentários:
Fotografias lindas, e mais uma viagem a uma das facetas de Coimbra, as suas lavadeiras e aguadeiras...
Obrigada pela partilha
Um abraço
Outros tempos que devemos lembrar aos nossos filhos, para assim melhor poderem apreciar os desenvolvimentos dos tempos actuais.
Uma historia ainda recente em preciosidades fotograficas!!!
Um abraco do d'Algodres.
Bem me lembro destas cenas. Viseu cidade. Rio Pavia, Ribeira. Fosse Verão, fosse Inverno, lá estava a minha mãe. Estou a vê-la. Uma jovem, bonita, cabelo comprido, trouxa e alguidares. A roupa a corar. O nosso vestuário, sempre num brinco. E bardinos que nós éramos, o murcon do meu irmão Vitor mais pequenito mas reguilas também(é que tínhamos vindo do Porto há pouco tempo, ainda trazíamos o sotaque do Douro Litoral). Eu, um miúdo, de 7 ou 8 anos. Que me lembre não havia sequer água canalizada em casa. Pelo menos na maior parte das casas. Na dos pobres (mesmo os remediados), de certeza absoluta.
Estou-me a lembrar dos anos 50 do séc. XX desta era de Cristo.
Recordações quem as não tem!
Um abraço, Tozé
Gostei da viagem ao passado :)
Pois...
Estas eu nunca vi...
:)
Obrigada pela maravilhosa viagem que me proporcionaste.
:)
Lindas fotos, como já habituaste ao teu público :)
Não sei se cutou 6 cêntimos... dei o cartão da escola e a senhora descontou... nem quis ver...
Beijos
Aos poucos já posso vir aqui, mas o rapaz...isto está a lhe fazer uma falta!
abraços
Agora que penso nisso, acho que tenho uma memória, real ou imaginada, com lençois estendidos nas grades da margem do rio, perto da estação A. E também recordo os bancos de areia do basófias, por baixo da Ponte de Santa Clara.
:)
Olá olá! Há quanto tempo!
Bem amigo...estou pasmada! Mas aquela menina a ensinar-te a dançar na Polinésia tá demais hihihihihi- tás lindo! Estou desactualizada, mas as minhas energias têm andado por baixo e isto tá complicado (não consigo dar conta dos meus recados, enfim, devagarinho vou-me recompondo da minha empreitada, afinal até sou uma líder pá! ;-)
Continua a partilhar as tuas muitas e boas excursões: para mim os olhares dos amigos também me fazem sentir mais parte de uma linda aldeia global :)
Beijinhos e talvez até breve? (ensaios para o concerto de homenagem à Irmã Lúcia...?)
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