domingo, 9 de junho de 2013

Greves, manifestações e afins...

Fez, há pouco tempo, 27 anos que fiz a minha primeira e última greve como professor.
Numa altura em que ainda havia colegas e provisórios, foi-me dito, pelos primeiros, que era indispensável que todos alinhássemos, etc. Nessa alturas, as greves, vá-se lá saber porquê, eram sempre coladas aos fins de semana.
Eu lá fiz greve, ainda por cima nos dias em que tinha as horas extraordinárias, o que me causou um rombo ainda maior no ordenado.. Tempos espantosos esses!
Quando cheguei, na segunda-feira, apercebi-me que alguns dos mais indignados, não tinham feito greve ou, noutros casos, apenas declararam tê-la feito no dia em que tinham aulas, pois era uma estupidez fazê-la no dia "livre".
Aprendi a lição! E logo eu que nem colega era!
Este episódio veio-me à ideia, a propósito dos 100% de adesão à greve, sobretudo quando me apercebi que a mesma estava a ser feita de forma rotativa, com escala de serviço (ou de falta a ele) e tudo, como forma de maximizar os danos alheios e minimizar os prejuízos próprios.
Quando acreditamos numa causa, a luta tem de ser total e ninguém pode ficar de fora.
Será que os sindicalistas que a decretaram também a fazem rotativamente.
Alguns deles, tive hoje oportunidade de ver, estão em greve na Grécia, numa manifestação com os manifestantes bem espalhados para parecerem muitos.
Aliás, só portugueses eram 25, sinal de que a crise afinal não afeta os que mais andam pelas ruas a manifestar-se.
Como não há almoços de borla, embora haja quem me queira convencer do contrário, alguém pagou as deslocações e as estadias. Quem terá sido?

2 comentários:

cris moreno disse...

olá? beijos.

Anónimo disse...

A saída do marasmo, em que se encontra Portugal, passa por fazermos do nosso país uma terra onde prevaleça o primado da Lei e do Direito. Agora, já não apenas o cumprimento formal e inócuo de um conjunto de códigos civis e penais que os romanos nos legaram, mas também um aperfeiçoamento do sistema que tem de prever e fazer cumprir a materialização física da letra e do espírito da LEI no corpo da Nação Real, que sofre. A criativa que me transmitiu esta ideia revolucionária é uma prima minha de Valongo dos Azeites que, atualmente, faz parte do colégio de juízes do Tribunal Constitucional. Ela, como uma grande materialista que é, defende que toda e qualquer norma jurídica precisa de ser plasmada plenamente no viver dos cidadãos de carne e osso para que possa cumprir os requisitos indispensáveis à aprovação e entrada em vigor. Nesta altura do texto, já sou capaz de ouvir as críticas que dizem que uso uma linguagem demasiado hermética. Concordo com as vozes críticas e, neste preciso momento, vou dar a volta ao texto: já fui e já vim, e trago comigo uma ilustração simples, mas muito esclarecedora e visual, para gáudio dos mais novos, daquilo que me proponho transmitir aos meus queridos leitores.
A minha prima, a doutora juíza Ermelinda Pinhão, defende que, por exemplo, se um cidadão por qualquer razão, seja a perda do emprego, seja a sobrevinda de uma doença do foro orgânico ou psiquiátrico, ou por outras razões ao alcance da imaginação humana, não puder pagar a renda de casa ao senhorio ou, no caso de ser titular da propriedade em questão, não puder pagar as prestações ao banco, deve ter o direito de apelar ao Tribunal Constitucional, ou a outro mais perto do seu local habitual de residência, que terá -por imperativo constitucional, dentro de um prazo razoável que, em caso algum, poderá ultrapassar a duração de um dia de 24 horas-, de lhe arranjar uma boa casa, com pelo menos dez assoalhadas, virada a sul, num local de escolha livre do cidadão. Quanto ao emprego, nessa república pinhoense, a solução passaria pelo tribunal decidir construir uma fábrica de automóveis só para que um requerente profissional de mecânica, por exemplo, tivesse garantido o seu posto de trabalho, ou pela doação simples e direta de 500 ou 600 hectares de boa terra de batata a um lavrador que fizesse, dispensando o advogado que só serviria para atrapalhar, um apelo nesse sentido a quem de direito.
Talvez por causa desta robustez de pensamento, o povo dos Azeites conta muitas histórias sobre a doutora Ermelinda: umas são manifestamente falsas, fruto de invejas entre as comadres, mas outras terão um fundo de verdade, como a que a seguir apresento: