As cornucópias da Pastelaria Alcôa, em Alcobaça.

O edifício do antigo Hospital Termal das Caldas da Rainha.

As primeiras palavras depois de visitar o Parlatório.

Na ala das celas, ouvindo falar da alimentação.

Edifício onde estava a "solitária"

A "solitária" de onde aconteceu a fuga de 1954.

Local da muralha, onde Dias Lourenço saltou para a água, a 17 de Dezembro de 1954.

Conferência onde, no final, respondeu às perguntas colocadas

O grupo com Dias Lourenço (todos menos eu).

Dia 19 de Fevereiro foi dia de visita de estudo.
Um grupo de alunos do 12.º ano, no âmbito da Área de Projecto, organizou uma Visita de Estudo ao Forte-Prisão de Peniche, onde pudemos acompanhar as explicações de Dias Lourenço, que nos relatou o dia a dia da prisão, a actuação da PIDE e a maneira como fugiu, e depois organizou a fuga de Álvaro Cunhal e de mais 9 companheiros, da mesma prisão, a 3 de Janeiro de 1960.
Saímos, então, pelas 8.30 horas da manhã e fizemos uma 1.ª paragem em Alcobaça para reconfortar o estômago com uma Cornucópia e outras iguarias da Pastelaria Alcôa, situada em frente ao Mosteiro e que tão bem honra a doçaria conventual.
Daí rumámos às Caldas da Rainha onde visitámos o Museu José Malhoa, ou melhor, a exposição temporária (o Museu está em obras), onde vimos obras de um dos mais importantes pintores naturalistas portugueses, José Malhoa.
Passado o almoço, rumámos a Peniche para o prato forte: a visita ao Forte-Prisão, acompanhados por Dias Lourenço, que já aí se encontrava à nossa espera.
Percorremos o Forte, onde nos foi relatando, na 1.ª pessao, o que era ser preso político, o que era ser torturado pelos agentes da PIDE a fim de obter informações, como foi a fuga que encetou no dia 17 de Dezembro de 1954.
Dias Lourenço fugiu do Forte de Peniche, durante a noite, às duas da madrugada, depois de estudar as rondas dos guardas e desfiar um cobertor para o transformar em corda. Curioso é que a fuga implicou uma provocação aos guardas, alguns dias antes, a fim de ser condenado à solitária, sítio de onde seria mais fácil fugir.
Tendo levado uma faca escondida, acabou por cortar um pedaço da porta, tendo fugido no dia 17 de Dezembro de 1954. Como se enganou na hora das marés, acabou a nadar durante hora e meia até atingir a praia. Isto em plenó mês de Dezembro...
Aí chegado, teve a sorte de contar com a solidariedade de populares que o ajudaram a fugir numa camioneta de peixe até Torres Vedras.
Dias Lourenço esteve privado da liberdade no Forte de Peniche nos períodos entre 1949 e 1954 e 1962 a 1974, num total de 17 anos, por pertencer ao PCP.
Hoje, com 93 anos, continua com o espírito vivo e sempre pronto a relatar o que passou, porque é importante não esquecer a ditadura que existiu em Portugal, antes de Abril.
Concordemos ou não com as suas ideias políticas, uma coisa é evidente, a luta por aquilo que considerava serem os seus ideais, a maneira como se empenhou na sua defesa e o que sofreu, merecem a nossa admiração e agradecimento, pois essa luta foi importante para a queda do regime ditatorial existente em Portugal.
Costuma dizer-se que "Um povo sem História é um povo sem futuro".
Por isso é importante recordar, porque a liberdade é difícil de alcançar e, apesar de todos os defeitos que a nossa democracia possa ter, é bom que nos recordemos que "A democracia é o pior regime político, tirando todos os outros."