



Quando era miúdo e ia ao Choupal, lembro-me bem, no Verão, de junto à 2ª casa do guarda, haver uma ponte de madeira que atravessava o rio Mondego, o Basófias, pois nessa altura do ano era mais a areia do que a água que levava.
Penso que essa ponte, conhecida como a do Pama, é a que aparece na 1ª fotografia. sendo também visível uma barca. Essa ponte ia ter à zona da Bencanta, onde havia um barracão que funcionava como bar.
Estas estruturas eram construídas apenas para o Verão, unindo as duas margens, sendo desmontadas no final do mesmo, pois não aguentariam as cheias do rio. De vez em quando lá acontecia que, havendo cheias mais cedo, lá ia a ponte por água abaixo.
As segunda e terceira fotografias representam outra ponte de igual estrutura, a montante da primeira, vendo-se um conjunto de pessoas a atravessá-la. Esta era conhecida como a ponte do Moreno. Ficava a montante da actual ponte do caminho-de-ferro. A ponte do Moreno ligava a zona da Estação Nova (armazéns) ao Almegue (margem esquerda do Mondego), terra famosa pelo seu poço, onde se pescava achigãs, carpas e enguias e que os locais garantiam não ter fundo. Aquando da construção da Ponte-Açude foi o dito poço aterrado, verificando-se que a crença não tinha fundamento.
Entre estas duas, havia ainda um conhecida como a do Borges, nome de uma propriedade junto ao Choupal que produzia excelente fruta. Daquela que ainda sabia a fruta, não sei se me entendem?
Outras havia noutras zonas do rio, tornando-se uma delas famosa (na zona de Pé de Cão) pelo facto de, numa época em que o rio já apresentava cheias (noite de 31 de Dezembro de 1978), ter sido arrastada por ele e, com ela, cinco caçadores que a atravessavam, tendo falecido quatro deles.
O curioso é que o atravessamento destas pontes implicava o pagamento de uma "portagem" que rondava os 0$50 (cinquenta ccntavos).
A 4ª foto mostra-nos uma nora semelhante à que está no canal de rega que corre junto ao Choupal, que era montada na margem esquerda do rio, e que permitia elevar a água para regar os campos. Esta estrutura também era desmontada no Inverno, pois não era capaz de resistir à fúria da água.
A silhueta inconfundível da nossa cidade lá está a marcar presença em duas das fotografias.