Greves, manifestações e afins...
Fez, há pouco tempo, 27 anos que fiz a minha primeira e última greve como professor.
Numa altura em que ainda havia colegas e provisórios, foi-me dito, pelos primeiros, que era indispensável que todos alinhássemos, etc. Nessa alturas, as greves, vá-se lá saber porquê, eram sempre coladas aos fins de semana.
Eu lá fiz greve, ainda por cima nos dias em que tinha as horas extraordinárias, o que me causou um rombo ainda maior no ordenado.. Tempos espantosos esses!
Quando cheguei, na segunda-feira, apercebi-me que alguns dos mais indignados, não tinham feito greve ou, noutros casos, apenas declararam tê-la feito no dia em que tinham aulas, pois era uma estupidez fazê-la no dia "livre".
Aprendi a lição! E logo eu que nem colega era!
Este episódio veio-me à ideia, a propósito dos 100% de adesão à greve, sobretudo quando me apercebi que a mesma estava a ser feita de forma rotativa, com escala de serviço (ou de falta a ele) e tudo, como forma de maximizar os danos alheios e minimizar os prejuízos próprios.
Quando acreditamos numa causa, a luta tem de ser total e ninguém pode ficar de fora.
Será que os sindicalistas que a decretaram também a fazem rotativamente.
Alguns deles, tive hoje oportunidade de ver, estão em greve na Grécia, numa manifestação com os manifestantes bem espalhados para parecerem muitos.
Aliás, só portugueses eram 25, sinal de que a crise afinal não afeta os que mais andam pelas ruas a manifestar-se.
Como não há almoços de borla, embora haja quem me queira convencer do contrário, alguém pagou as deslocações e as estadias. Quem terá sido?