domingo, 9 de junho de 2013

Greves, manifestações e afins...

Fez, há pouco tempo, 27 anos que fiz a minha primeira e última greve como professor.
Numa altura em que ainda havia colegas e provisórios, foi-me dito, pelos primeiros, que era indispensável que todos alinhássemos, etc. Nessa alturas, as greves, vá-se lá saber porquê, eram sempre coladas aos fins de semana.
Eu lá fiz greve, ainda por cima nos dias em que tinha as horas extraordinárias, o que me causou um rombo ainda maior no ordenado.. Tempos espantosos esses!
Quando cheguei, na segunda-feira, apercebi-me que alguns dos mais indignados, não tinham feito greve ou, noutros casos, apenas declararam tê-la feito no dia em que tinham aulas, pois era uma estupidez fazê-la no dia "livre".
Aprendi a lição! E logo eu que nem colega era!
Este episódio veio-me à ideia, a propósito dos 100% de adesão à greve, sobretudo quando me apercebi que a mesma estava a ser feita de forma rotativa, com escala de serviço (ou de falta a ele) e tudo, como forma de maximizar os danos alheios e minimizar os prejuízos próprios.
Quando acreditamos numa causa, a luta tem de ser total e ninguém pode ficar de fora.
Será que os sindicalistas que a decretaram também a fazem rotativamente.
Alguns deles, tive hoje oportunidade de ver, estão em greve na Grécia, numa manifestação com os manifestantes bem espalhados para parecerem muitos.
Aliás, só portugueses eram 25, sinal de que a crise afinal não afeta os que mais andam pelas ruas a manifestar-se.
Como não há almoços de borla, embora haja quem me queira convencer do contrário, alguém pagou as deslocações e as estadias. Quem terá sido?

terça-feira, 7 de maio de 2013

Loja de penhores

Aqui era o estudante que ia penhorar algo.
Hoje está o país todo penhorado.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Arco do Bispo

Assim chamado porque permitia a ligação entre o palácio onde vivia o bispo de Coimbra (no atual Museu Machado de Castro) e  a Sé Nova, entretanto derrubado na década de quarenta.

domingo, 7 de abril de 2013

Miradouro do Vale do Inferno

Coimbra de outros tempos vista do miradouro do Vale do Inferno.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Noras do Mondego

No tempo em que, no Verão, se montavam noras para tirar água e regar os compôs à beira-rio.

sábado, 30 de março de 2013

Mondego


quarta-feira, 27 de março de 2013

Condeixa-a-Nova

Para variar, deixo-vos, hoje, uma fotografia de Condeixa-a-Nova.
São visíveis a Igreja Paroquial  e o Palácio do Figueiredos (à direita), do século XVII, onde hoje está instalada a Câmara Municipal.

domingo, 24 de março de 2013

Arco de Almedina

Mais uma curiosa fotografia do Arco de Almedina, onde é visível a Funilaria Central. Outros tempos e outros usos.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Associação Académica de Coimbra

terça-feira, 12 de março de 2013

Aguadeiras coimbrã.


quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Mário Soares dixit

Para quem não se lembre, em Agosto de 1983, o FMI entrava em Portugal, era Mário Soares 1.º Ministro. Eis algumas das suas tiradas:

“Os problemas económicos em Portugal são fáceis de explicar e a única coisa a fazer é apertar o cinto”. DN, 27 de Maio de 1984

“Não se fazem omeletas sem ovos. Evidentemente teremos de partir alguns”. DN, 01 de Maio de 1984

“Quem vê, do estrangeiro, este esforço e a coragem com que estamos a aplicar as medidas impopulares aprecia e louva o esforço feito por este governo.” JN, 28 de Abril de 1984

“Quando nos reunimos com os macroeconomistas, todos reconhecem com gradações subtis ou simples nuances que a política que está a ser seguida é a necessária para Portugal” Idem

“Fomos obrigados a fazer, sem contemplações, o diagnóstico dos nossos males colectivos e a indicar a terapêutica possível” RTP, 1 de Junho de 1984

"A terapêutica de choque não é diferente, aliás, da que estão a aplicar outros países da Europa bem mais ricos do que nós” Idem

“Portugal habituara-se a viver, demasiado tempo, acima dos seus meios e recursos”. Idem

“O importante é saber se invertemos ou não a corrida para o abismo em que nos instalámos irresponsavelmente”. Idem

“[O desemprego e os salário em atraso], isso é uma questão das empresas e não do Estado. Isso é uma questão que faz parte do livre jogo das empresas e dos trabalhadores (…). O Estado só deve garantir o subsídio de desemprego”JN, 28 de Abril de 1984

“O que sucede é que uma empresa quando entra em falência… deve pura e simplesmente falir. (…) Só uma concepção estatal e colectivista da sociedade é que atribui ao Estado essa responsabilidade." Idem

“Anunciámos medidas de rigor e dissemos em que consistia a política de austeridade, dura mas necessária, para readquirirmos o controlo da situação financeira, reduzirmos os défices e nos pormos ao abrigo de humilhantes dependências exteriores, sem que o pais caminharia, necessariamente para a bancarrota e o desastre”. RTP, 1 de Junho de 1984

“Pedi que com imaginação e capacidade criadora o Ministério das Finanças criasse um novo tipo de receitas, daí surgiram estes novos impostos”. 1ª Página, 6 de Dezembro de 1983

“Posso garantir que não irá faltar aos portugueses nem trabalho nem salários”. DN, 19 de Fevereiro de 1984

“A CGTP concentra-se em reivindicações políticas com menosprezo dos interesses dos trabalhadores que pretende representar” RTP, 1 de Junho de 1984

“A imprensa portuguesa ainda não se habituou suficientemente à democracia e é completamente irresponsável. Ela dá uma imagem completamente falsa.” Der Spiegel, 21 de Abril de 1984

“Basta circular pelo País e atentar nas inscrições nas paredes. Uma verdadeira agressão quotidiana que é intolerável que não seja punida na lei. Sê-lo-á”. RTP, 31 de Maio de 1984

“A Associação 25 de Abril é qualquer coisa que não devia ser permitida a militares em serviço” La Republica, 28 de Abril de 1984

“As finanças públicas são como uma manta que, puxada para a cabeça deixa os pés de fora e, puxada para os pés deixa a cabeça descoberta”. Correio da Manhã, 29 de Outubro de 1984

“Não foi, de facto, com alegria no coração que aceitei ser primeiro-ministro. Não é agradável para a imagem de um politico sê-lo nas condições actuais” JN, 28 de Abril de 1984

“Temos pronta a Lei das Rendas, já depois de submetida a discussão pública, devidamente corrigida”. RTP, 1 de Junho de 1984

e esta para terminar em grande:

“Dentro de seis meses o país vai considerar-me um herói”. 6 de Junho de 1984

domingo, 27 de janeiro de 2013

Os porcos e as autoestradas

Os porcos só podem ser reacionários.
Então não é que, desta vez, resolveram morder um pneu da camioneta que os transportava, o que provocou o despiste da dita cuja.
Dewconfio que um dos porcos foi infiltrado, na vara, pelo Ministro da Educação para perturbar a manifestação de professores.
Segundo uma das organizadoras, era de prever que o governo tentasse boicotar a manifestação, o que de confirma a minha suspeita, pois bastava ver a alegria dos porcos na autoestrada, para nos apercebermos que só podiam estar a gozar o panorama.
Vale que os manifestantes (os que ficaram presos no engarrafamento) não podem pedir qualquer indemnização, uma vez que o transporte foi assegurado, gratuitamente, pelos sindicatos afetos à Frenprof, independentemente de se ser associado ou não.
Esta história do transporte gratuito para manifestações faz-me lembrar outros tempos, em que "multidões" eram levadas para Lisboa, a fim de apoiarem os governantes no tempo da ditadura. Há tiques que o tempo não muda.
Achei também piada às entrevistas em direto: a 1.ª pessoa não era professora, a 2.ª falou nas turmas de 30, mas disse, depois, nunca ter tido nenhuma (parece que ouviu dizer que o amigo de um amigo tinha uma). Mais tarde, um responsável (o máximo) falou no "escurinho" do FMI. Ele há lapsos de linguagem terríveis.
Bem, como tenho mais do que fazer do que estar a pensar em ficar de luto, fico-me por aqui.
Até um dia destes.
PS: Como isto começou com porcos, com porcos vou terminar. Mais uma vez lembrei-me do "Triunfo dos Porcos" porque, sem dúvida, somos todos iguais mas uns mais do que outros. Quase me esquecia que sou professor de 2.ª (até tenho uma turma com 30 alunos).

domingo, 23 de dezembro de 2012

Santo Natal


Votos de um Santo Natal.
Que no próximo ano, ao contrário do que se anuncia, possamos cumprir alguns dos nossos sonhos.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

O país das maravilhas

Imaginemos um país, com cerca de 10 milhões de habitantes.
Imaginemos que, como qualquer país democrático, tem sindicatos livres.
Imaginemos ainda que um desses sindicatos afirma ter 70 mil sindicalizados.
Ora se cada sindicalizado pagar em média 15€/mês (na verdade a média deve ser superior), chegamos a um valor de 1 050 000€, isso mesmo, um milhão e cinquenta mil euros, ou em linguagem antiga 210 mil contos, por mês.
Assim sendo, alguém me explica porque motivo é que os respetivos dirigentes têm de ser pagos pelo erário público?
Já sei, o Estado Social também deve ser isto!

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Mais uma vez....

A Frenprof, mais uma vez, lança uma das suas.
Contrariando um estudo do Tribunal de Contas, lá vem com a cassete habitual, desta vez com uma gravação sobre o custo do aluno do ensino estatal que, segundo eles, é mais barato do que no privado com Contrato de Associação.
É o que faz estar muito rempo sem dar aulas: esquece-se a tabuada e as regras básicas da aritmética.
Aconselhava-os a ir dar aulas ou, em alternativa, a passarem a viver das quotas dos associados, pois assim com o dinheiro que se poupava, sempre se embaratecia o custo do aluno do ensino estatal.
Talvez assim se chegue lá.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

A minha escola



Eis  três fotografias da escola onde trabalho.
As duas primeiras (da Avenida das Palmeiras e do Lago) têm mais de 100 anos e foram compradas por um colega meu num alfarrabista.
A terceira foi tirada por mim e vê-se o lago 100 anos depois.

sábado, 21 de julho de 2012

De volta às fotografias...

Eis uma foto rara do túmulo da Rainha Santa, no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova. A raridade deve-se ao facto de não estar no local em que nos habituámos a vê-lo, ou seja, na cabeceira da Igreja.
Aquando das invasões francesas, as freiras, tendo tomado conhecimentos da chegada eminente dos franceses (3.ª invasão) decidiram emparedar o túmulo para evitar quue fosse profanado, ou mesmo roubado, uma vez que é de prata. levaram-no, então, para o refeitório do mosteiro, onde o esconderam por trás de uma parede para isso levantada. O curioso é que o referido refeitório veio a servir de enfermaria para as tropas francesas que, assim, estavam instaladas mesmo junto ao túmulo, sem o saberem.
E assim se salvou o túmulo, evitando-se que engrossasse o espólio dos tesouros roubados pelos franceses (e ingleses).

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Equivalências

Ex.mo Senhor Reitor da Universidade da Lusofonia
Sou licenciado em História, no tempo em que 13 era uma excelente nota e em que com 14 no secundário se entrava em Medicina.
Uma vez que as leis devem ser cegas e ter aplicação geral, venho, por este meio, requerer o grau de licenciado ou, quem sabe, de mestre nos seguintes cursos:
  1. Ciências Religiosas, uma vez que vou aos Domingos à Missa, tendo já trabalhado em várias obras da Igreja.
  2. Ciências Aeroespaciais, uma vez que, estando a minha filha emigrada, já fiz umas dezenas largas de viagens de avião. Como às vezes ando com a cabeça na lua, confere-me isso o direito aos créditos da parte espacial.
  3. Cozinha e Pastelaria, uma vez que, sendo filho de cozinheiros, a ver pelos nomes de família de muitos dos nossos atores mais jovens, me dá o direito de me considerar cozinheiro. Além disso, modéstia aparte, tenho um certo jeito. Se tiver em conta as tainadas que já fiz e os doces que já comi, quase me atreveria a falar em doutoramento.
  4. Economia, pois a arte de governar uma casa com os cortes que tem sido feitos equivale, no mínimo, a 180 créditos.
  5. Gestão, pelos motivos já referidos no ponto anterior.
  6. Ciências da Educação, uma vez que levo 33 anos a lecionar e depois de tantas experiências pedagógicas sofridas e de tantas experimentações feitas, penso ter direito a, no mínimo, mais 180 créditos.
  7. Turismo, uma vez que já visitei em 3 continentes cerca de 17 países (a custas minhas e não dos contribuintes).
  8. Ciências Musicais, uma vez que canto num Coro há mais de 30 anos (já me atrevi a dirigi-lo nas ausências do Maestro), já toquei num grupo de música da baile, ensaiei coros de miúdos, uma tuna e, além disso, canto no banho.
  9. Teatro e Drama, pois já levei à cena várias peças de teatro escritas com os meus alunos e representadas por eles, para audiências de ultrapassaram as 200 pessoas (eu sei que se tivesse sido vista por apenas meia dúzia daria um aspeto mais intelectual à coisa).
  10. Direito, uma vez que a necessidade que sinto de intrepretar as leis mais palavrosas a nível mundial e que sofrem alterações, correções e retificações a um ritmo inédito em termos mundiais.
Decidi terminar por aqui uma vez que, vivendo num país com mais de 1400 licenciaturas diferentes, se não fosse seletivo, ainda amanhã aqui estaria a pedir equivalências.
Sem outro assunto
Pede deferimento (ou será Pé de Ferimento como já li numa ocasião?).
António Franco

sexta-feira, 8 de junho de 2012

País curioso....

Que vivo num país curioso já não tenho qualquer dúvida...
Mas, por muito que diga que não, há sempre mais um motivo para me espantar.
No próximo verão, a minha filha vai fazer voluntariado para a ilha de Soga, na Guiné Bissau. Foi tratar das vacinas (5 no total) e teve de pagar as benditas taxas moderadoras.
O que me espanta é que se fosse para fazer um aborto não pagava quaisquer taxas.
Palavras para quê? O mundo anda, realmente, de pernas para o ar!

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Notas socialistas

Um professor de economia da universidade do Texas disse que raramente chumbava um aluno, mas tinha, uma vez, chumbado uma turma inteira.
Esta turma em particular tinha insistido que o socialismo realmente funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e "justo".
O professor então disse: "Ok, vamos fazer uma experiência socialista nesta classe. Ao invés de dinheiro, usaremos as vossas notas dos exames."
Todas as notas seriam concedidas com base na média da turma e, portanto, seriam "justas".
Isto quis dizer que todos receberiam as mesmas notas, o que significava que ninguém chumbaria.
Isso também quis dizer, claro, que ninguém receberia 20 valores...
Logo que a média dos primeiros exames foi calculada, todos tiveram 12 valores.
Quem estudou com dedicação ficou indignado, pois achou que merecia mais, mas os alunos que não se esforçaram, ficaram muito felizes com o resultado!
Quando o segundo teste foi aplicado, os preguiçosos estudaram ainda menos - eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma.
Aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que também eles se deviam aproveitar da média das notas.
Portanto, agindo contra os seus princípios, eles copiaram os hábitos dos preguiçosos. Como resultado, a segunda média dos testes foi 10. Ninguém gostou.
Depois no terceiro teste, a média geral foi 5.
As notas nunca mais voltaram a patamares mais altos, mas as desavenças entre os alunos, a procura de culpados e os palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela turma. A busca por 'justiça' dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No fim de contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar os outros.
Portanto, todos os alunos chumbaram... Para sua total surpresa.
O professor explicou que a experiência socialista tinha falhado porque ela era baseada no menor esforço possível da parte de seus participantes. Preguiça e mágoas foram o seu resultado. Sempre haveria fracasso na situação a partir da qual a experiência tinha começado.
"Quando a recompensa é grande", disse, o professor, "o esforço pelo sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós. Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros sem o seu consentimento para dar a outros que não lutaram por elas, então o fracasso é inevitável."