sexta-feira, 18 de julho de 2008

Declaração de interesses

Foto retirado do blogue: www.aaacarmelitas.blogspot.com


Este é o meu estado: Clausura.
Já não me bastavam as reuniões de manhã à noite, os papéis para preencher (a famosoa pedagogia do papel), os assuntos de final de ano para resolver, eis senão quando... me chamam para corrigir provas do 12.º ano.
Foi a cereja em cima do bolo! Basta acrescentar que este fim de semana vou mudar de casa e tenho de levar tudo o que está dentro desta.
Perguntam vocês: Não tens tempo e está a escrever um post?
Ah pois é! Resolvi fazer um intervalo entre o jantar e a continuação da correcção das provas, antes de ir desmontar uns móveis, lá p'ra meia-noite.
Então até um dia destes. Vou hibernar!
P.S.: Este ano leccionei o 12.º ano. A média das classificações qua atribuí aos meus alunos foi de 13 valores. Em exame, a média alcançada por eles foi de 12,8 (1,8 acima da média nacional).
Para que conste, sou professor do ensino particular e, por isso, custa-me ler alguns comentários que por aí se fazem sobre as notas. Desafio quem quer que seja a dizer que inflaccionei as notas porque sou professor do particular e cooperativo.
Ponto final.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Uma estória engraçada.

Esta semana tive conhecimento de uma estória engraçada. Provavelmente enganei-me no adjectivo, mas deixo isso ao vosso critério.
Uma Junta de Freguesia, atribuía há vários anos, um prémio aos alunos aí residentes com melhores notas. Uma atitude louvável, numa sociedade que parece querer promover a mediocridade, a falta de esforço e o facilitismo.
Mas parece que agora, o regulamento do prémio foi alterado, passando a contemplar apenas os alunos, com determinado rendimento, que estudem no concelho a que pertence a dita freguesia.
Parece-me a mim, que não sou especialista, que, com essa medida, se atropelam os princípios mais básicos da nossa Constituição, no que diz respeito à igualdade entre cidadãos.
Não me parece possível conciliar isto com a liberdade de escolha que os pais devem ter, no que à escola dos filhos diz respeito.
Parece-me pois interessante colocar algumas questões:
Um dia destes separam os nascidos na freguesia dos que nasceram fora?
E os pais que residindo na freguesia e trabalham fora do concelho a que pertence a dita cuja? Deixarão de pagar Imposto Municipal de Imóveis? Parece-me de elementar justiça que sejam dispensados dessa obrigação. É, aliás, com essas e outras receitas locais (e não só) que se pagam os prémios atribuídos.
Já agora, o voto de uns é mais válido que o de outros? Valerá o dobro? Sugiro que seja como em alguns clubes de futebol em que os votos de uns valem por 20, os de outros por 5 e, por último, os de alguns por 1.
Temos assim habitantes de 1.ª e de 2.ª categoria. Um dia destes chegarão os de 3.ª!
Quando penso que já nada me surpreende, eis senão quando...
P.S.: Quero dedicar a música que se está a ouvir, a todos aqueles amigos blogueiros que tenho do outro lado do Atlântico e que têm a paciência de continuar a passar por aqui para ver este blogue.
Um bem-haja para todos vocês.

sábado, 5 de julho de 2008

Banco de Portugal e Hotel Astória







Nos anos de 1906 e 1907, foi edificado o actual edifício do Banco de Portugal, no Largo da Portagem. A autoria do projecto é do arquitecto Adães Bermudes que também viria a traçar o Hotel Astória, situado a poucos metros.
De referir que no cima da fachada do Hotel Astória havia uma estátua (visível nas fotografias) que hoje já não existe.
Estes dois edifícios fazem parte do meu imaginário.
Quando era pequeno, de vez em quando, a Rua da Sota era fechada ao trânsito pela GNR, quando chegavam ou partiam carregamentos de dinheiro do Banco de Portugal. Ali ficava eu a ver, à distância, as manobras , sonhando com tudo o que poderia fazer com o dinheiro que ali entrava e saía. Actualmente, já é possível às carrinhas de valores entrarem no edifício pelas traseiras.
Quanto ao Hotel Astória, foi um edifício que sempre me maravilhou, embora tivesse de chegar a adulto para lá entrar, num dia em que fui participar numa selecção para um concurso televisivo. Depois de ter sido o concorrente que mais respostas acertei, acabaram por seleccionar alguém que, na televisão, não sabia qual a ilha cujo nome começa por P e que faz parte do Arquipélago da Madeira. Mistérios.
Quando pequeno, apenas me era permitido o acesso às cozinhas do Hotel (ficavam viradas para o restaurante do meu pai) onde trabalhava um cozinheiro que tinha medo de facas (?). O tamanho da cozinha (maior que o restaurante do meu pai) e o tipo de pratos aí confeccionados, bem como a sua apresentação, atraíam a minha atenção.
Sugestão para comer: Zé Manel (dos ossos).
Uma tasca tradicional e famosa da cidade de Coimbra. Destacam-se os ossos com sabores picantes, entre outras iguarias deliciosas. Situado em plena Baixa (nas traseiras do Banco de Portugal e do Hotel Astória), o tasco do Zé Manel (entretanto reformado, mas com sucessores à altura) ganhou reputação além Mondego, atraindo gente de todo país e do estrangeiro para provarem as barriguinhas de leitão na brasa, a feijoada de javali, a sopa da pedra o bacalhau doidinho, o cozido aldrabado, etc, etc. Um lugar simpático e castiço, recheado com uma boa adega, onde as paredes estão cheias de folhas com versos e outras mensagens escritos pelos próprios clientes.